Mercado Livre recebe licença do BC para atuar como instituição financeira
Mercado Pago, braço financeiro do Mercado Livre, já concedeu mais de 4 bilhões de reais em crédito no Brasil desde o início das operações
André Martins
Publicado em 9 de novembro de 2020 às 15h32.
Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 18h26.
O Mercado Livre recebeu nesta segunda-feira, dia 9, a autorização do Banco Central (BC) para operar como uma instituição financeira, informa nota à imprensa distribuída pela companhia. A decisão já havia sido publicada no Diário Oficial, no último dia 15, mas só nesta segunda a autoridade monetária deu a confirmação.
O aval do BC abre espaço para o Mercado Livre consolidar sua atuação no segmento de crédito. Desde 2017 a empresa tem o Mercado Crédito, com empréstimos para quem tem conta no Mercado Pago, fintech de pagamentos do Mercado Livre.
O anúncio ocorre um mês e meio depois de o Mercado Livre ter anunciado que recebeu do Goldman Sachs um aporte de R$ 400 milhões, destinados à ampliação do serviço de crédito.
"A licença de instituição financeira permitirá reforçar o foco da companhia em expandir as operações de crédito dentro de seu ecossistema. Desde o início da oferta, em 2017, o grupo já concedeu mais de R$ 4 bilhões em créditos no Brasil, em um total de mais de 10 milhões de transações. Essas operações alcançaram principalmente consumidores e empreendedores sem acesso ao crédito no sistema financeiro tradicional", explica, em nota, Tulio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago, que já opera como instituição de pagamento.
Segundo Tulio Oliveira, com a autorização, o Mercado Pago terá maior autonomia para formular produtos e serviços financeiros e de crédito.
A licença de instituição financeira também permitirá ao Mercado Pago acessar fontes de financiamento diferentes, que podem complementar a estratégia de funding da companhia.
"Ter um rol de instrumentos de financiamento mais completo beneficiará de forma estrutural toda a área de fintech e trará maior solidez, além de resiliência para o negócio", afirma Pedro de Paula, diretor do Mercado Crédito no Brasil.