Carreira

Menos vídeos, mais trabalho: veja como brasileiros usam a internet em 2021

Pesquisa da Nielsen em parceria com a Toluna mostra que brasileiro diminuiu o tempo gasto com redes sociais, vídeos e música

Home office: assistir lives foi a atividade com maior queda entre julho de 2020 e janeiro deste ano (Germano Lüders/Exame)

Home office: assistir lives foi a atividade com maior queda entre julho de 2020 e janeiro deste ano (Germano Lüders/Exame)

CI

Carolina Ingizza

Publicado em 24 de março de 2021 às 12h45.

Com um ano de home office, muita coisa mudou nos hábitos dos brasileiros na internet. O consumo de entretenimento em vídeo e redes sociais caiu, em contrapartida, as horas gastas trabalhando aumentaram.

Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada com 1.127 pessoas pela Nielsen em parceria com a Toluna. “Buscamos entender as mudanças de comportamento e ficou claro que há uma percepção de menor consumo de mídia online e mais tempo trabalhado”, afirmou a líder de media measurement da Nielsen, Sabrina Balhes.

A consultoria comparou os hábitos dos brasileiros em junho de 2020 com janeiro de 2021. Nesse período, o tempo que o brasileiro gasta com redes sociais e assistindo vídeos, filmes e programas de TV diminuiu. Cerca de 12% dos entrevistados em janeiro disseram ter passado menos tempo nessas atividades, uma alta de quatro pontos percentuais em relação à pesquisa de junho.

Em relação ao consumo de música, 15% dos entrevistados disseram ter diminuído o tempo gasto com a atividade, três pontos a mais que na edição anterior da pesquisa. As lives, tão populares na primeira onda da pandemia, também não agradam tanto quanto antes. Assistir shows de música ao vivo entre 18h e 22h caiu 16 pontos percentuais, segundo o estudo.

O comportamento dos brasileiros de madrugada também mudou de junho para cá. O hábito de assistir lives a partir das 22h caiu 8 pontos percentuais, enquanto o de trabalhar depois desse horário aumentou. Na edição de janeiro, 8% dos entrevistados disseram trabalhar de madrugada, 4 pontos a mais que no levantamento anterior.

O trabalho é, justamente, a atividade que mais consome tempo online do brasileiro, com 18% dos entrevistados dizendo que passam mais de 15 horas dedicados ao trabalho. Outros 23% afirmam que passam entre 10h e 15h por dia realizando atividades relacionadas ao emprego.

A segunda atividade que mais consome tempo é assistir filmes e programas de TV (30%), seguida por vídeos em plataformas de streaming (18%). Em relação a plataformas, o YouTube é o preferido de 86% dos brasileiros, seguido pela Netflix (77%) e Amazon Prime (42%).

Esse conjunto de hábitos no home office impulsionou o uso do computador de mesa, que ultrapassou o notebook e perde somente para o smartphone no ranking de aparelhos mais utilizados. Mas a maioria (62%) dos brasileiros têm o hábito de acessar dois dispositivos ao mesmo tempo diariamente, especialmente os com idade entre 35 e 54 anos.

Menos isolamento

Em janeiro, outra mudança significativa foi o aumento do uso de aplicativos de mobilidade, como Waze e Google Maps, em todos os períodos do dia, coincidindo com o período de menor adesão ao isolamento social.

Entre os entrevistados, 15% responderam que utilizaram esses apps antes das 9h, alta de nove pontos em relação à primeira onda; 18% afirmaram que acessam os apps entre 9h e 15h, oito pontos a mais que em junho; e 14% entre 15h e 18h, crescimento de sete pontos sobre o período anterior.

O uso de internet em casa também caiu, apesar de ainda ser alto. Cerca de 85% dos entrevistados disseram acessar a internet em casa durante a semana e 71% durante os finais de semana. Os números são, respectivamente, 5 e 4 pontos percentuais menores que na edição de junho do ano passado da pesquisa.

Acompanhe tudo sobre:EntretenimentoHome officeInternetNielsenStreaming

Mais de Carreira

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Escala 6x1: veja quais setores mais usam esse modelo de trabalho, segundo pesquisa