Negócios

McDonald's oferece moradia para ocupar vagas na Hungria

O envelhecimento das populações, uma aversão à imigração e êxodo de milhões deixaram vagas não preenchidas e provocaram um aumento dos salários


	McDonald's: a lanchonete enfrenta uma escassez de mão de obra tão terrível na Hungria que está oferecendo moradia gratuita a pessoas de outras cidades que queiram fazer hambúrgueres
 (Divulgação)

McDonald's: a lanchonete enfrenta uma escassez de mão de obra tão terrível na Hungria que está oferecendo moradia gratuita a pessoas de outras cidades que queiram fazer hambúrgueres (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2016 às 21h35.

Mais famoso por empregos com salários baixos do que por pacotes generosos de incentivos, o McDonald’s enfrenta uma escassez de mão de obra tão terrível na Hungria que está oferecendo moradia gratuita a pessoas de outras cidades que queiram fazer hambúrgueres.

A moradia -- um benefício raro nos mais de 100 países onde a gigante do setor de comida rápida vende o Big Mac e o McLanche Feliz -- é apenas uma das vantagens que os empregadores estão oferecendo para preencher as vagas no Leste Europeu.

Entre outros que vêm recebendo incentivos estão caixas dos supermercados da Lidl em Praga e desenvolvedores de software em Bucareste.

Antigamente considerada uma terra de mão de obra barata e abundante, a região se tornou uma dor de cabeça para os empregadores.

O envelhecimento das populações, uma aversão à imigração maciça e o êxodo de milhões de pessoas para países europeus mais ricos deixaram milhares de vagas não preenchidas e provocaram um aumento dos salários.

Isso significa custos maiores para as empresas e a ameaça de uma redução do investimento em economias que prosperaram desde que entraram na União Europeia.

“A falta de mão de obra é o que tira o sono dos executivos de todo o Leste Europeu”, disse Robert Bencze, diretor da unidade de consultoria em recursos humanos da PricewaterhouseCoopers em Budapeste, citando uma pesquisa anual da PwC.

“A primeira pergunta que os investidores se fazem agora antes de vir para cá é ‘será que eu vou conseguir um número suficiente de funcionários para fazer a minha empresa funcionar?’”.

A escassez de trabalhadores está piorando a um ritmo alarmante. O número de vagas não preenchidas aumentou 166 por cento nos últimos dois anos para cerca de 110.000 na República Tcheca, onde o nível de desemprego é um dos mais baixos da UE. Essa proporção triplicou nos últimos 12 meses na Letônia e dobrou desde dezembro na Polônia.

Na tentativa de preencher as vagas abertas, o McDonald’s publicou anúncios neste ano em jornais húngaros oferecendo moradia gratuita, onde os funcionários só precisariam pagar as contas dos serviços.

A empresa com sede em Oak Brook, Illinois, EUA, recusou diversos pedidos de comentários além do comunicado à imprensa publicado em maio.

A escassez de trabalhadores não se restringe ao setor de restaurantes.

A Lidl, que opera supermercados, aumentou em um quarto os salários na República Tcheca e em um quinto na Hungria. Os engenheiros de software da Romênia estão sendo bombardeados com vouchers de academias e spas.

A diminuição da oferta de mão de obra coloca em risco a entrada de investimentos estrangeiros, que ajudaram a impulsionar países que eram comunistas, como Polônia e Eslováquia, para taxas médias de crescimento anual de cerca de 4 por cento após a adesão à UE em 2004, mais do que o dobro do ritmo dos pares ocidentais.

A Hungria perdeu recentemente um projeto do setor automotivo por causa da falta de mão de obra, disse o ministro da Economia, Mihály Varga, à revista Figyelo em agosto, sem identificar a empresa.

Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoCasasComércioEmpresasEmpresas americanasEuropaFast foodFranquiasHungriaImóveisMcDonald'sRestaurantes

Mais de Negócios

Esta startup capta R$ 4 milhões para ajudar o varejo a parar de perder dinheiro

Ele criou um tênis que se calça sozinho. E esta marca tem tudo para ser o novo fenômeno dos calçados

30 franquias baratas a partir de R$ 4.900 com desconto na Black Friday

Ela transformou um podcast sobre namoro em um negócio de R$ 650 milhões