Marfrig vê impacto moderado de custos maiores com insumos
A Brasil Foods informou nesta terça-feira que reajustará imediatamente o preço de produtos para compensar o aumento de custos
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2012 às 18h50.
São Paulo - A Marfrig já começou a elevar os preços de seus produtos para compensar o aumento dos custos com grãos, mas considera que o impacto do salto das cotações dos insumos deve ser moderado por seu portfólio que inclui carnes bovina, suína e de frango, avaliou o presidente da companhia.
"Concordo com a BRF, que estimou hoje uma alta de 5 a 10 por cento nos preços, para recuperar margem", disse Ricardo Florence, diretor de Relações com Investidores do Marfrig, em entrevista por telefone.
A Brasil Foods informou nesta terça-feira que reajustará imediatamente o preço de produtos para compensar o aumento de custos, especialmente a alta nos grãos que servem de ração para os animais.
"Mas no caso da Marfrig, temos dois temas importantes: ainda estamos em processo de capturar sinergias, com as despesas e gastos comerciais diminuindo. E a segunda questão é portfólio (de produtos), que tem bovinos, carne de frango e suínos", acrescentou Florence, ao justificar sua expectativa de impacto mais moderado do custo no desempenho da empresa.
A Marfrig tem fatia de sua receita proporcionalmente maior vinda da carne bovina, na comparação com a concorrente --a operação de bovinos é menos impactada pela alta dos grãos. Enquanto a BRF é a maior produtora do país de carne de aves e suína, produtos cujos custos estão mais relacionados aos preços do farelo de soja e do milho, em níveis recordes atualmente.
Além disso, o executivo ressaltou que a empresa trabalha com um cenário favorável no mercado externo, uma vez que os estoques de países do Oriente Médio e Japão, tradicionais compradores, começam a dar sinais de arrefecimento.
A Marfrig teve lucro líquido de 15,5 milhões de reais no segundo trimestre, revertendo um prejuízo de 91 milhões de reais um ano antes.
Bovinos - O vice-presidente de relações institucionais, João Sampaio, observou que no caso do segmento de bovinos a tendência é de maior oferta de animais para abate, com redução do custo da arroba.
"O preço do boi caiu, melhoraram as margens em função da mudança do ciclo pecuário, vemos queda da principal matéria-prima que é o boi, a vaca. O preço está menor do que um ano atrás", explicou Sampaio.
Troca de ativos - Em junho, a Marfrig deu início à operação das primeiras plantas de produtos com maior valor agregado, fruto da troca da Quickfood na Argentina por ativos no Brasil com a BRF.
"O efeito positivo desta troca de ativos, com a BRF, é a entrada dos produtos processados, que tende a ter margem superior e mercado interno, que também tende a ter uma margem melhor", disse David Palfenier, presidente-executivo da Seara Alimentos, divisão de aves, suínos e processados do grupo.
Segundo ele, normalmente cerca de 63 por cento do faturamento eram de exportação e o restante era mercado interno. "Com a chegada e integração dos ativos da BRFoods, a gente espera chegar a 50-50 por cento", disse.
Ele acrescentou que a tendência é do mercado interno crescer mais rapidamente. "No futuro, a gente esperaria uma preponderância do mercado interno como esta operação", disse.
A operação de troca de ativos entre Brasil Foods e Marfrig teve início em junho, como parte do acordo firmado com o órgão antitruste para a aprovação da incorporação da Sadia pela Perdigão.
No início de julho, a Marfrig recebeu as primeiras cinco plantas e o controle da Excelsior Alimentos, repassados pela Brasil Foods.
São Paulo - A Marfrig já começou a elevar os preços de seus produtos para compensar o aumento dos custos com grãos, mas considera que o impacto do salto das cotações dos insumos deve ser moderado por seu portfólio que inclui carnes bovina, suína e de frango, avaliou o presidente da companhia.
"Concordo com a BRF, que estimou hoje uma alta de 5 a 10 por cento nos preços, para recuperar margem", disse Ricardo Florence, diretor de Relações com Investidores do Marfrig, em entrevista por telefone.
A Brasil Foods informou nesta terça-feira que reajustará imediatamente o preço de produtos para compensar o aumento de custos, especialmente a alta nos grãos que servem de ração para os animais.
"Mas no caso da Marfrig, temos dois temas importantes: ainda estamos em processo de capturar sinergias, com as despesas e gastos comerciais diminuindo. E a segunda questão é portfólio (de produtos), que tem bovinos, carne de frango e suínos", acrescentou Florence, ao justificar sua expectativa de impacto mais moderado do custo no desempenho da empresa.
A Marfrig tem fatia de sua receita proporcionalmente maior vinda da carne bovina, na comparação com a concorrente --a operação de bovinos é menos impactada pela alta dos grãos. Enquanto a BRF é a maior produtora do país de carne de aves e suína, produtos cujos custos estão mais relacionados aos preços do farelo de soja e do milho, em níveis recordes atualmente.
Além disso, o executivo ressaltou que a empresa trabalha com um cenário favorável no mercado externo, uma vez que os estoques de países do Oriente Médio e Japão, tradicionais compradores, começam a dar sinais de arrefecimento.
A Marfrig teve lucro líquido de 15,5 milhões de reais no segundo trimestre, revertendo um prejuízo de 91 milhões de reais um ano antes.
Bovinos - O vice-presidente de relações institucionais, João Sampaio, observou que no caso do segmento de bovinos a tendência é de maior oferta de animais para abate, com redução do custo da arroba.
"O preço do boi caiu, melhoraram as margens em função da mudança do ciclo pecuário, vemos queda da principal matéria-prima que é o boi, a vaca. O preço está menor do que um ano atrás", explicou Sampaio.
Troca de ativos - Em junho, a Marfrig deu início à operação das primeiras plantas de produtos com maior valor agregado, fruto da troca da Quickfood na Argentina por ativos no Brasil com a BRF.
"O efeito positivo desta troca de ativos, com a BRF, é a entrada dos produtos processados, que tende a ter margem superior e mercado interno, que também tende a ter uma margem melhor", disse David Palfenier, presidente-executivo da Seara Alimentos, divisão de aves, suínos e processados do grupo.
Segundo ele, normalmente cerca de 63 por cento do faturamento eram de exportação e o restante era mercado interno. "Com a chegada e integração dos ativos da BRFoods, a gente espera chegar a 50-50 por cento", disse.
Ele acrescentou que a tendência é do mercado interno crescer mais rapidamente. "No futuro, a gente esperaria uma preponderância do mercado interno como esta operação", disse.
A operação de troca de ativos entre Brasil Foods e Marfrig teve início em junho, como parte do acordo firmado com o órgão antitruste para a aprovação da incorporação da Sadia pela Perdigão.
No início de julho, a Marfrig recebeu as primeiras cinco plantas e o controle da Excelsior Alimentos, repassados pela Brasil Foods.