WEG: a fabricante de motores elétricos é uma das empresas que participam do movimento (Germano Lüders/Exame)
Juliana Estigarribia
Publicado em 4 de abril de 2020 às 16h32.
Última atualização em 6 de abril de 2020 às 15h14.
Mais de mil empresas de diversos portes aderiram ao manifesto #nãodemita nas últimas 24 horas. No documento público, lançado nesta sexta-feira, 03, grupos como Ânima Educação, WEG e Renner, entre outros, pediram aos empresários que não reduzam o quadro de funcionários até o fim do mês de maio.
A ideia é esperar pelo fim (ou ao menos diminuição) do isolamento social (lockdown) para o país ter uma clareza maior sobre os impactos econômicos do novo coronavírus.
De acordo com o manifesto, a primeira responsabilidade social de uma empresa é retribuir à sociedade o que ela proporciona. "É por isso que nossa maior responsabilidade, agora, é manter nosso quadro de funcionários'", diz o documento.
Segundo Daniel Castanho, presidente do grupo de educação Ânima, executivos de diversos setores vinham conversando sobre a crise e como as empresas poderiam contribuir com a sociedade neste momento tão delicado. Ele percebeu que ações pontuais poderiam se tornar uma bandeira levantada por líderes da sociedade civil e que poderiam inspirar pessoas ao redor do país.
"Assumir um compromisso público em relação a isso deixaria a todos mais tranquilos e seguros para passar por essa turbulência da melhor forma possível", afirmou o executivo em entrevista à EXAME.
Em apenas 24 horas, o movimento recebeu mais de 1.000 adesões, fora as primeiras 40 de grandes empresas que deram o pontapé inicial no manifesto como Accenture, BR Distribuidora, BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a Exame), GPA, Suzano, Unipar, entre outras.
Segundo Harry Schmelzer Jr., presidente da WEG, este é um momento de unir esforços para mitigar ao máximo os efeitos da crise na vida das pessoas e, consequentemente, na economia do país. "Assim como sempre fizemos em outros momentos difíceis, usaremos todas as ferramentas cabíveis para enfrentarmos essa crise priorizando os empregos dos nossos colaboradores”, diz o executivo.
Em nota à EXAME, a Renner declarou ter aderido ao manifesto por estar alinhado aos valores da companhia. "Esperamos passar por tudo isso o mais rapidamente possível. Até lá, estaremos mobilizados pelo bem-estar coletivo".
A maioria das inscrições vem de São Paulo (mais de 230 até o momento), mas cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Campinas, entre outras dezenas, também estão aderindo ao movimento.