Terminal da Bunge: a redução dos custos e melhora na margem de lucro compensaram os preços baixos e produção menor de açúcar e do etanol no Brasil (Germano Luders, EXAME)
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 10h43.
São Paulo - A Bunge, gigante norte-americana do agronegócio, reportou lucro líquido de US$ 90 milhões (US$ 0,56 por ação) no quarto trimestre de 2014, queda de 34,7% na comparação com igual período do ano anterior, quando a empresa registrou lucro líquido de US$ 138 milhões. A receita caiu 15,1% na mesma comparação, para US$ 13,898 bilhões.
Conforme a empresa, o bom desempenho do segmento de açúcar e bioenergia não compensou a menor margem de lucro do processamento de oleaginosas em praticamente todas as regiões, com exceção apenas para América do Norte e Europa.
No segmento de agronegócios, a receita apresentou retração de 19,7%, para US$ 9,992 bilhões. O volume vendido, no entanto, aumentou 3,6%, totalizando 37,43 milhões de toneladas.
O desempenho da empresa na América do Norte e Europa foi "excepcionalmente bom" no período, apontou Soren Schroder, executivo-chefe (CEO) da companhia.
Na região, o resultado foi impulsionado por elevadas margens de esmagamento de oleaginosas, em virtude da maior demanda global e preços baixos da soja.
Entretanto, em todas as outras regiões a margem de lucro do processamento caiu, afirmou a empresa em comunicado. Na América do Sul, que passava pela entressafra no trimestre, agricultores não negociaram grande parte de seus estoques de soja, o que afetou o resultado da Bunge na região. Na China, a margem ficou abaixo da esperada pela companhia.
A receita da divisão de açúcar e bioenergia somou US$ 1,359 bilhão, incremento de 31,9% ante resultado de US$ 1,03 milhão relatado no quarto trimestre de 2013.
A redução dos custos e melhora na margem de lucro compensaram os preços baixos e produção menor de açúcar e do etanol no Brasil.
No acumulado do ano, o lucro líquido da empresa somou US$ 659 milhões, mais que o dobro ante o relatado em 2013, quando o lucro foi de US$ 306 milhões.
A receita, no entanto, apresentou retração de 5,7%, para US$ 57,828 bilhões.
Para 2015, a expectativa da Bunge é de que a demanda mundial por grãos permaneça firme. Na China, a previsão é de que o mercado volte a apresentar resultados melhores, apesar de a empresa ainda esperar grande volatilidade no mercado chinês.
Já na América do Norte e Europa, a Bunge projeta que as margens de lucros devem permanecer estáveis.