Lucro do Banco do Brasil cai 20,1% e vai a R$ 3,39 bi no 1º trimestre
A crise provocada pelo coronavírus fez o lucro do Banco do Brasil se reduzir, mas crédito conseguiu voltar a crescer sua carteira
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de maio de 2020 às 09h34.
Última atualização em 7 de maio de 2020 às 15h46.
O Banco do Brasil fecha nesta quinta-feira, 7, a temporada de resultados dos grandes bancos de capital aberto ao anunciar lucro líquido de R$ 3,395 bilhões no primeiro trimestre, queda de 20,1% ante o mesmo período do ano passado. A instituição seguiu os pares privados e fez um reforço nas provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, antecipando efeitos da pandemia do novo coronavírus, o que puxou os resultados para baixo. Na comparação com os três meses anteriores o lucro encolheu 26,6%.
O BB constituiu R$ 2,04 bilhões em provisões no primeiro trimestre para se antecipar à covid-19. Do total, foram R$ 1,17 bilhão no segmento pessoa física, R$ 824 milhões para a carteira de empresas e R$ 46 milhões no agronegócio. Segundo o banco, o reforço foi "prudencial" diante do "atual cenário desafiador para todo o sistema".
Também alinhado com os pares privados, o BB decidiu suspender as projeções de desempenho esperadas para 2020. "As projeções corporativas para o ano de 2020 foram suspensas em razão do ambiente de alta volatilidade e de incerteza decorrentes da pandemia do novo coronavírus, que tem exigido atualizações frequentes de cenários e de premissas, dificultando a construção de estimativas acuradas", explica o banco, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
Se por um lado, o coronavírus fez o lucro se reduzir, do lado do crédito o BB conseguiu voltar a crescer sua carteira. No conceito ampliado, o saldo de empréstimos do banco foi a R$ 725 132 bilhões no primeiro trimestre, aumento de 6,5% em relação aos três meses anteriores. Em um ano, cresceu 5,8%.
O impulso para o crédito veio, principalmente, da pessoa jurídica em meio à corrida das empresas por liquidez na crise. Os empréstimos para esse público cresceram 12,4% ao fim de março ante dezembro e 5,9% em um ano. Na pessoa física foram registradas altas de 1,5% e 8,6%, respectivamente.
O reforço nas provisões por conta da pandemia se refletiu na rentabilidade da instituição, que vinha melhorando até então como resultado da estratégia do banco de atuar em segmentos de melhores margens. O retorno sobre o patrimônio líquido médio no critério mercado, chamado de RSPL pelo BB, caiu a 12,5% no primeiro trimestre ante 17,7% no anterior. No conceito ajustado, o indicador ficou em 10,5% contra 14,7%, respectivamente.
O BB fechou março com patrimônio líquido de R$ 112,315 bilhões, 6,9% maior em um ano. Em relação aos três meses anteriores subiu 3,5%.
Em ativos totais, o BB alcançou R$ 1,580 trilhão em ativos, aumento de 4,2% em um ano, impulsionado pelo aumento do crédito em meio à crise da covid-19. Ante o trimestre imediatamente anterior teve elevação de 7,6%.