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Leilão de transmissão de energia prevê investimentos de R$ 7,3 bilhões

Participaram 51 empresas do setor, entre elas 14 estrangeiras. Todos os lotes foram concedidos.

DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA: o projeto compreende 1.269 quilômetros de linhas entre a região norte de Minas Gerais e São Paulo (Paulo Santos/Reuters)

DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA: o projeto compreende 1.269 quilômetros de linhas entre a região norte de Minas Gerais e São Paulo (Paulo Santos/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 17 de dezembro de 2020 às 19h59.

Com deságio de até 70%, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou nesta quinta-feira, na B3, um leilão de concessões para onze novos projetos de transmissão de energia em nove estados brasileiros. Os investimentos previstos chegam a R$ 7,34 bilhões.

O leilão atraiu grandes empresas do setor elétrico como Equatorial, Neoenergia, EDP, Energisa, Eletrobras, Alupar, State Grid, Eletrobras e Copel, entre outros. Todos os lotes foram concedidos.

Apesar dos deságios elevados, o presidente da Aneel, André Pepitone, considerou o certame um sucesso, marcando a retomada da agenda de investimentos privados no setor.

— O setor de energia é um porto seguro para receber investimentos. O ambiente de negócios previsível, respeito a contratos e estabilidade regulatória são fatores que atraem o grande interesse do setor privado, inclusive dos estrangeiros - disse Pepitone.

Ele afirmou que o deságio médio foi de 55%. Foram 51 empresas e consórcios inscritos, o que sinaliza grande concorrência, dise Pepitone. Foram 37 empresas brasileiras e as demais 14 de seis diferentes países: China quatro aprticipantes); Colômbia (dois), Espanha (cinco); França (um); Itália (um) e Portugal (um).

Pepitone estimou a criação de 15 mil empregos diretos com os investimentos previstos.

A concessão prevê a instalação de mais 1.959 quilômetros de linhas de transmissão no Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo.

No leilão, ganhou o lote a empresa que aceitou receber menor receita ao longo da concessão.

Chamou a atenção, a atuação do Consórcio Saint Nicholas, formado pela empresa MEZ Energia, que foi criada em 2019. O consórcio arrematou cinco lotes (9,3,4, 5 e 8), que vão demandar investimentos de R$ 2,39 bilhões, ou 33% do total. No lote 3, a empresa ofereceu deságio de 70,35%.

A representante da Mez, Kelly Santos, gerente jurídica, disse que a empresa tem capacidade técnica e e saúde financeira para tocar os projetos. A expectativa da empresa era levar 7 dos 11 lotes. Acabou levando cinco. Antes, a Mez já tinha vencido um leilão de transmissão, em 2019, na Bahia. Mas por meio de aquições e outras empresas, atua também em Goiás e Rio Grande do Sul.

— Somos um grupo nacional, com origem na construção civil. Os sócios da empresa, da família Zarzur, são oriundos da Ezetec, empresa de construção civil. Temos uma gestão financeira e de projetos eficiente e a atuação na construção civil viabiliza o custo operacional - disse Santos.

Segundo a gerente juridica da Mez, os recursos para os investimentos virão do BNDES, do caixa da empresa e da emissão de debêntures conversíveis. No plano de longo prazo da empresa, com projetos de mais de 30 anos de concessão, está a entrada no setor de energias renováveis.

A Neoenergia, do grupo espanhol Iberdrola, levou o lote 2, que vai demandar quase R$ 2 bilhões em investimentos. O deságio oferecido foi de 42,6%. Nesse lote, a espanhola travou uma disputa com os chineses da State Grid.

Grandes elétricas como a chinesa State Grid e sua controlada, a CPFL; a EDP Brasil, do grupo português EDP, e a francesa Engie apresentaram ofertas, mas acabaram não vencendo.

Entre as brasileiras, a Eletrobras, Energisa e Copel também fizeram ofertas, mas não tiveram êxito. A CTEEP, da colombiana ISA, venceu o lote 7, com deságio de 56,69%.

Entre os vencedores da licitação aparecem ainda o Consórcio BRE 6, que ficou com o lote 10, ao oferecer desconto de 66,9%, e a AgronegocioAltaluzbrasil, com o lote 1 e deságio de 61,8%. O grupo BRE6 é formado por Enind Energia, Enind Engenharia, Brenergia e Brasil Digital Telecomunicações.

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