Negócios

Klabin vende fábrica de papéis para embalagens por R$ 196 mi

Do total a ser pago pelo Grupo Klingele Paper & Packaging, R$ 132 mi serão aportados no fechamento da mesma, o restante dividido em duas parcelas anuais

Klabin: descarregamento de papel em porto de Qingdao, na China (Stringer/Reuters)

Klabin: descarregamento de papel em porto de Qingdao, na China (Stringer/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 24 de junho de 2020 às 16h20.

Última atualização em 24 de junho de 2020 às 21h31.

A Klabin comunicou nesta quarta-feira que acertou a venda da unidade de papéis para embalagens localizada na cidade de Nova Campina, no interior paulista, para o Grupo Klingele Paper & Packaging por 196 milhões de reais.

De acordo com a empresa, do total a ser pago na operação, 132 milhões de reais serão aportados no fechamento da mesma, e o restante dividido em duas parcelas anuais devidamente ajustadas.

As units da companhia estavam entre as poucas altas da sessão, avançando 2% às 15h21, enquanto o Ibovespa tinha queda de 1,7%.

"A venda de Nova Campina está em linha com a estratégia da companhia e oferece mais espaço para uma integração maior da produção de papel de Puma 2", escreveram analistas do Bradesco BBI em relatório após o anúncio. Eles se referiram ao projeto de expansão da companhia no Paraná, que envolve a instalação de duas grandes máquinas de papel integradas à produção de celulose da empresa na região.

A unidade de Nova Campina é proveniente da aquisição do negócio de papéis para embalagens e papelão ondulado da International Paper do Brasil e possui capacidade nominal de 162.000 toneladas anuais de kraftliner.

Os analistas do BBI também veem a venda da fábrica como oportunidade da empresa conseguir sinergias maiores que os 105 milhões de reais estimados inicialmente pela Klabin quando da compra dos ativos da IP.

"A venda de Nova Campina reforça o racional estratégico do anúncio da Aquisição da IP, que enfatizava o foco nas unidades de embalagens — papelão ondulado e papel reciclado — e sua integração com as atuais e futuras máquinas de papéis da Klabin", afirmou a companhia.

Além do acerto para se desfazer da fábrica, a Klabin também acertou um acordo de pré-venda de papel para a Klingele equivalente a 10% do volume a ser produzido pela primeira máquina de Puma 2, disse o diretor da área de papéis da companhia brasileira, Flávio Deganutti, em conferência online com jornalistas.

Ele não deu detalhes sobre este acordo, mas informou que a primeira máquina de Puma 2 terá capacidade de 450.000 toneladas anuais. O equipamento deve entrar em operação no segundo trimestre de 2021.

Mercado

Questionado sobre a situação do mercado interno de embalagens, o diretor para a área, Douglas Dalmasi, afirmou que o primeiro semestre deve mostrar crescimento de vendas, impulsionado pelo comércio eletrônico e pelas medidas de isolamento social que fazem a população consumir em casa mais produtos que precisam ser embalados, como alimentos.

"O mês de março foi o mais forte, puxado pela antecipação da pandemia. Abril veio mais baixo, mas bom ainda. Em maio teve queda de 12% no mercado de caixas e junho estamos percebendo na entrada de pedidos um bom volume, com números melhores em relação a maio", disse o executivo durante a conferência.

Já sobre o mercado de papel-cartão, a Klabin tem um "olhar de otimismo moderado" para o segundo semestre "pois temos questões de emprego e renda à frente", disse Deganutti, acrescentando que espera "algum arrefecimento no terceiro trimestre." Ele, porém, afirmou que depois de quedas elevadas no mercado de caixas para bens duráveis após o início da pandemia, especialmente em maio, junho mostra "algum nível de retomada."

Acompanhe tudo sobre:Klabin

Mais de Negócios

Maternidade impulsiona empreendedorismo feminino, mas crédito continua desafio

Saiba como essa cabeleireira carioca criou o “Airbnb da beleza”

Eles saíram do zero para os R$ 300 milhões em apenas três anos

Conheça a startup que combina astrologia e IA em um app de namoro