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Kassab coloca general na presidência dos Correios

Escolhido é o atual presidente do conselho da estatal, general Juarez Aparecido de Paula Cunha, que tem mais chances de permanecer no governo Bolsonaro.

Kassab troca comando da estatal às vésperas do governo Bolsonaro (foto/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de novembro de 2018 às 08h09.

Brasília - Numa manobra para manter o controle dos Correios, o ministro Gilberto Kassab (Comunicações) vai trocar o comando da empresa. O atual presidente, Carlos Fortner, vai assumir a Diretoria de Operações, dando lugar para um general assumir a chefia dos Correios. O escolhido é o atual presidente do conselho da estatal, general Juarez Aparecido de Paula Cunha, que tem mais afinidade e mais chances de permanecer no novo governo de Jair Bolsonaro. A informação foi antecipada ontem pelo blog da Coluna do Estadão.

Ligado a Kassab, Fortner enviou mensagem a colegas dos Correios avisando que a "transição já começou" e informando das mudanças pelas quais passará a empresa. A Coluna do Estadão teve acesso ao texto.

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Segundo Fortner escreveu, toda a parte comercial e de agências também ficará sob a tutela de sua diretoria. "Haverá mudança do estatuto, simplificando a estrutura", escreveu. Ele justifica que seu sucessor, general Juarez, "tem acesso direto à nova cúpula da Presidência" e que "não haverá ingerência política como hoje" nos Correios.

Segundo Fortner registrou aos colegas, as mudanças passarão ainda por três pontos: "enxugamento da empresa para torná-la mais competitiva, menos VPs (vice-presidências); não haverá ingerência política como hoje; haverá valorização da meritocracia".

Procurado, Fortner não quis comentar a sua substituição.

Privatização

Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro chegou a mencionar que a estatal pode ser privatizada no seu governo. Seu futuro ministro da Economia, o economista Paulo Guedes, também é defensor das privatizações de empresas públicas.

O loteamento político dos Correios foi estopim da crise que levou ao escândalo do mensalão, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005. Na época, a estatal estava sob a influência do PTB, de Roberto Jefferson.

A exemplo de Bolsonaro, o general Juarez Cunha ingressou no Exército pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), que fica em Resende (RJ), embora de turma anterior à do presidente eleito.

No Exército, esteve à frente do Comando Militar Oeste e chefiou o Departamento de Ciência e Tecnologia. Também exerceu diferentes funções no Ministério da Defesa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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