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Jorge Paulo Lemann é o “Warren Buffett brasileiro”, diz FT

Para o tradicional jornal inglês, bilionário brasileiro tem estilo semelhante ao de Buffett para investir e fazer negócios

FT chama Jorge Paulo Lemann de "Buffet brasileiro" (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 17h18.

São Paulo - Depois de se associar ao lendário investidor Warren Buffett para comprar a Heinz em uma transação avaliada em 28 bilhões de dólares, Jorge Paulo Lemann foi chamado de "Buffett brasileiro" pelo Financial Times.

Para o jornal inglês, as semelhanças entre os dois ultrapassam o interesse na gigante dos catchups. A publicação lembra que o empresário é bastante conhecido no país, devido à sua habilidade em costurar grandes fusões e aquisições, com destaque para a operação que resultou na criação da AB InBev, maior cervejaria do mundo.

"Assim como o 'Oráculo de Omaha', ele também tem um olho para investimentos que vão contra a maré", acrescentou o FT.

Publicamente, Buffett costuma repetir uma de suas máximas mais famosas, especialmente quando confrontado a respeito da ascensão das empresas de tecnologia: nunca invista em negócios que você não entende. Através da sua holding de investimentos Berkshire Hathaway, ele mantém fatias em empresas como a Coca-Cola, o jornal Washington Post e a American Express.

A compra da Heinz também vai ao encontro de outro de seus mantras: "é muito melhor comprar uma companhia incrível por um preço justo do que uma empresa justa por um preço incrível". No mercado, houve quem julgasse o valor do negócio alto demais. Afinal, o desembolso de 72,50 dólares por ação supera em quase 20% a maior cotação dos papéis da Heinz na história da empresa.

Em comunicado ao mercado, o investidor justificou a investida à sua maneira. "A Heinz tem um forte e sustentável potencial de crescimento baseado em padrões de qualidade, inovação contínua, excelente administração e produtos de sabor."

No posto do homem mais rico do país, com uma fortuna avaliada pela Bloomberg em 19,9 bilhões de dólares, Lemann também parece colocar o pé em negócios que entende. Junto com os parceiros Marcel Telles e Carlos Sicupira, ele esteve por trás da compra do Burger King em 2010. Hoje, a companhia reportou um crescimento de quase 100% do lucro no quarto trimestre, calcado em um programa de agressivo corte de custos.

O estilo também foi adotado na Anheuser Busch, dona da cerveja Budweiser, depois que a companhia se associou à InBev em 2008. "Ao contrário dos americanos, que só têm olhos para os segmentos de tecnologia, os empresários brasileiros topam ir para o exterior para investir em setores considerados antigos, como cerveja, cimento, siderurgia e até hambúrguer”, disse em rara entrevista à imprensa brasileira.

Para o FT, não é por acaso que os interesses de Lemann convergiram para a Heinz e o aproximaram de Buffett, já que ambos preferem investir em setores tradicionais. Se esta parceria na condução da gigante de alimentos vai mostrar mais semelhanças ou diferenças em seus estilos, só os próximos anos dirão.

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São Paulo - Depois de se associar ao lendário investidor Warren Buffett para comprar a Heinz em uma transação avaliada em 28 bilhões de dólares, Jorge Paulo Lemann foi chamado de "Buffett brasileiro" pelo Financial Times.

Para o jornal inglês, as semelhanças entre os dois ultrapassam o interesse na gigante dos catchups. A publicação lembra que o empresário é bastante conhecido no país, devido à sua habilidade em costurar grandes fusões e aquisições, com destaque para a operação que resultou na criação da AB InBev, maior cervejaria do mundo.

"Assim como o 'Oráculo de Omaha', ele também tem um olho para investimentos que vão contra a maré", acrescentou o FT.

Publicamente, Buffett costuma repetir uma de suas máximas mais famosas, especialmente quando confrontado a respeito da ascensão das empresas de tecnologia: nunca invista em negócios que você não entende. Através da sua holding de investimentos Berkshire Hathaway, ele mantém fatias em empresas como a Coca-Cola, o jornal Washington Post e a American Express.

A compra da Heinz também vai ao encontro de outro de seus mantras: "é muito melhor comprar uma companhia incrível por um preço justo do que uma empresa justa por um preço incrível". No mercado, houve quem julgasse o valor do negócio alto demais. Afinal, o desembolso de 72,50 dólares por ação supera em quase 20% a maior cotação dos papéis da Heinz na história da empresa.

Em comunicado ao mercado, o investidor justificou a investida à sua maneira. "A Heinz tem um forte e sustentável potencial de crescimento baseado em padrões de qualidade, inovação contínua, excelente administração e produtos de sabor."

No posto do homem mais rico do país, com uma fortuna avaliada pela Bloomberg em 19,9 bilhões de dólares, Lemann também parece colocar o pé em negócios que entende. Junto com os parceiros Marcel Telles e Carlos Sicupira, ele esteve por trás da compra do Burger King em 2010. Hoje, a companhia reportou um crescimento de quase 100% do lucro no quarto trimestre, calcado em um programa de agressivo corte de custos.

O estilo também foi adotado na Anheuser Busch, dona da cerveja Budweiser, depois que a companhia se associou à InBev em 2008. "Ao contrário dos americanos, que só têm olhos para os segmentos de tecnologia, os empresários brasileiros topam ir para o exterior para investir em setores considerados antigos, como cerveja, cimento, siderurgia e até hambúrguer”, disse em rara entrevista à imprensa brasileira.

Para o FT, não é por acaso que os interesses de Lemann convergiram para a Heinz e o aproximaram de Buffett, já que ambos preferem investir em setores tradicionais. Se esta parceria na condução da gigante de alimentos vai mostrar mais semelhanças ou diferenças em seus estilos, só os próximos anos dirão.

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