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J&F contrata banco para mediar negociação com BNDES, dizem fontes

Holding incumbiu o BR Partners de negociar a suspensão da assembleia de 1º de setembro, que decidirá sobre a saída de Wesley Batista do cargo de presidente

BNDESPar atribui a queda das ações da empresa de alimentos JBS neste ano à conduta da família Batista (Vanderlei Almeida/AFP)
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Reuters

Publicado em 29 de agosto de 2017 às 10h07.

Última atualização em 29 de agosto de 2017 às 21h38.

São Paulo - A família Batista contratou o BR Partners Banco de Investimento para mediar as conversas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ), que busca afastar o empresário Wesley Batista da presidência da JBS, disseram duas pessoas familiarizadas com a decisão nesta terça-feira.

Segundo as fontes, a holding J&F Investimentos incumbiu o BR Partners de negociar a suspensão da assembleia extraordinária de 1º de setembro, na qual investidores da JBS decidirão sobre a saída de Wesley Batista da presidência-executiva da companhia.

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Os irmãos Joesley e Wesley Batista e outros executivos da J&F e JBS acertaram em maio um acordo de delação premiada que expôs denúncias de corrupção e envolveram o presidente Michel Temer. As denúncias levaram a JBS a iniciar um programa de venda de ativos de 6 bilhões de reais e negociar acordos com bancos sobre seu endividamento. O BNDES defende a abertura de processo de responsabilidade contra os executivos.

O BNDESPar atribui a queda das ações da empresa de alimentos neste ano à conduta da família Batista. Até a véspera, as ações da JBS acumulam perda de 20 por cento no ano, apesar do ganho acumulado no mês de agosto de 18 por cento.

Conforme uma das fontes, a J&F, por meio do BR Partners, pediu na segunda-feira ao BNDESPar que suspenda a assembleia por 90 dias.

O vice-presidente da Associação de Acionistas Minoritários (Aidmin), Aurélio Valporto, afirmou à Reuters que não recebeu o pedido de adiamento da assembleia, mas considera o documento uma manobra para adiar a saída de Wesley Batista da presidência-executiva da JBS.

"Nós não concordamos com isso e o BNDES também não pode. Vejo isso como uma manobra para eles ganharem tempo e talvez conseguirem na Justiça uma medida para prolongar a permanência dos Batista", disse Valporto.

Representantes do BNDES não comentaram o assunto.

De acordo com uma fonte do BNDES que pediu para não ser identificada, "se estivessem seguros da permanência (de Wesley na presidência da JBS) não teriam pedido o adiamento da assembléia".

"Foi um pedido via carta; não importa por quanto tempo foi o pedido de adiamento, mas é um sinal", acrescentou a fonte do banco.

O movimento ocorre depois de o BNDESPar pedir à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que impeça os Batista de votar na assembleia - a família detém uma fatia de 42 por cento na JBS.

Quase uma dúzia de executivos de bancos, acionistas e membros da empresa que pediram condição de anonimato disseram à Reuters estarem céticos em relação ao argumento da família Batista de que é a única capaz de concluir duas vendas de ativos da JBS e abrir o capital de operações internacionais nos Estados Unidos no ano que vem.

O BR Partners se recusou a comentar, enquanto um porta-voz da J&F não estava imediatamente disponível para comentário.

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