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Itaú não quer aumentar salário devido à desaceleração

Objetivo da empresa é melhorar os lucros afetados pelo crescimento econômico mais fraco do Brasil em uma década

Interior da agência do Banco Itaú, na Avenida Faria Lima: os funcionários pedem 11,9% de aumento (Alexandre Battibugli/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2013 às 13h53.

São Paulo - O Itaú Unibanco Holding SA e o Banco Bradesco SA estão pressionando os sindicatos para que aceitem os menores aumentos salariais desde 2004, a fim de melhorar os lucros afetados pelo crescimento econômico mais fraco do Brasil em uma década.

A federação de bancos do Brasil (Fenaban) está propondo um aumento de salários de 6,1 por cento, que corresponde à inflação nos 12 meses finalizados em agosto. Os funcionários pedem 11,9 por cento, e o sindicato convocou uma reunião para o dia 12 de setembro para discutir uma greve. O Itaú e o Bradesco, os maiores bancos do país por valor de mercado, preveem que os custos operacionais, que combinam custos administrativos e de pessoal, aumentarão até 6 por cento neste ano.

Os bancos estão procurando reduzir gastos para reverter a queda nas margens de lucro num contexto de aumento de taxas de juros e estímulos do governo destinados a tirar a economia de uma desaceleração de dois anos. O Itaú tinha 94.820 funcionários no segundo trimestre, 4,2 por cento a menos do que um ano atrás, enquanto no Bradesco o número de funcionários caiu 2,5 por cento para 101.951, segundo os relatórios de lucros dos bancos.

“Dada a atual situação econômica brasileira, os bancos podem aumentar os salários abaixo de um aumento médio de cerca de 2 por cento acima da inflação”, disse André Riva Gargiulo, analista da corretora GBM Grupo Bursátil Mexicano SA, em entrevista por telefone de São Paulo na semana passada. “Devido à redução de pessoal, os sindicatos terão menos poder de negociação neste ano”.

Os bancos estão procurando “proteger as conquistas” dos trabalhadores obtidas com aumentos salariais acima da inflação desde 2004 e ao mesmo tempo evitando gerar novos custos, disse Magnus Ribas Apostólico, diretor de relações trabalhistas na Fenaban.

As margens líquidas de juros do Itaú e do Bradesco, a diferença entre o que os bancos pagam aos depositantes e o que é ganho com empréstimos, estão caindo porque a presidente Dilma Rousseff está pressionando os credores a reduzirem os custos dos empréstimos. A margem líquida de juros do Itaú caiu de 6,9 por cento no segundo trimestre do ano passado para 6,4 por cento no mesmo período deste ano, enquanto a do Bradesco recuou de 7,9 por cento para 7,2 por cento no mesmo período, segundo seus relatórios de lucros. Produtividade dos funcionários.


O sindicato, que representa aproximadamente 500.000 trabalhadores no país, declarou que a proposta dos bancos é uma “provocação” que “desrespeita” os funcionários, de acordo com seu site.

Depois de eliminar empregos, o Itaú, o Bradesco, o Banco do Brasil SA e o Banco Santander Brasil SA, os quatro maiores bancos de capital aberto, foram aumentando a produtividade dos seus funcionários. No segundo trimestre, a carteira combinada de empréstimos por funcionário aumentou de R$ 3,5 milhões de um ano atrás para R$4,1 milhões (US$ 1,8 milhão), segundo uma pesquisa da GBM. A média de empregados por agência caiu de 22,8 para 21,8 no mesmo período, segundo a pesquisa.

Superando a inflação

Embora os bancos estejam eliminando empregos, a expansão econômica no segundo trimestre poderia ajudar os funcionários nas negociações salariais, disse José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese, instituto de pesquisa sindical com sede em São Paulo.

“Os bancários têm uma grande tradição e são um dos poucos grupos de trabalhadores do Brasil com um contrato coletivo nacional de trabalho”, disse Oliveira em entrevista por telefone de São Paulo. “Como a taxa de desemprego está estável e a inflação está recuando, talvez no segundo semestre vejamos aumentos salariais semelhantes aos do primeiro”.

“Sentimos que a economia está mais lenta e as coisas não estão muito claras para nós”, disse Apostólico. “Nós sempre fazemos tudo o que podemos para evitar uma greve, mas tudo tem um limite, e os custos também”.

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A federação de bancos do Brasil (Fenaban) está propondo um aumento de salários de 6,1 por cento, que corresponde à inflação nos 12 meses finalizados em agosto. Os funcionários pedem 11,9 por cento, e o sindicato convocou uma reunião para o dia 12 de setembro para discutir uma greve. O Itaú e o Bradesco, os maiores bancos do país por valor de mercado, preveem que os custos operacionais, que combinam custos administrativos e de pessoal, aumentarão até 6 por cento neste ano.

Os bancos estão procurando reduzir gastos para reverter a queda nas margens de lucro num contexto de aumento de taxas de juros e estímulos do governo destinados a tirar a economia de uma desaceleração de dois anos. O Itaú tinha 94.820 funcionários no segundo trimestre, 4,2 por cento a menos do que um ano atrás, enquanto no Bradesco o número de funcionários caiu 2,5 por cento para 101.951, segundo os relatórios de lucros dos bancos.

“Dada a atual situação econômica brasileira, os bancos podem aumentar os salários abaixo de um aumento médio de cerca de 2 por cento acima da inflação”, disse André Riva Gargiulo, analista da corretora GBM Grupo Bursátil Mexicano SA, em entrevista por telefone de São Paulo na semana passada. “Devido à redução de pessoal, os sindicatos terão menos poder de negociação neste ano”.

Os bancos estão procurando “proteger as conquistas” dos trabalhadores obtidas com aumentos salariais acima da inflação desde 2004 e ao mesmo tempo evitando gerar novos custos, disse Magnus Ribas Apostólico, diretor de relações trabalhistas na Fenaban.

As margens líquidas de juros do Itaú e do Bradesco, a diferença entre o que os bancos pagam aos depositantes e o que é ganho com empréstimos, estão caindo porque a presidente Dilma Rousseff está pressionando os credores a reduzirem os custos dos empréstimos. A margem líquida de juros do Itaú caiu de 6,9 por cento no segundo trimestre do ano passado para 6,4 por cento no mesmo período deste ano, enquanto a do Bradesco recuou de 7,9 por cento para 7,2 por cento no mesmo período, segundo seus relatórios de lucros. Produtividade dos funcionários.


O sindicato, que representa aproximadamente 500.000 trabalhadores no país, declarou que a proposta dos bancos é uma “provocação” que “desrespeita” os funcionários, de acordo com seu site.

Depois de eliminar empregos, o Itaú, o Bradesco, o Banco do Brasil SA e o Banco Santander Brasil SA, os quatro maiores bancos de capital aberto, foram aumentando a produtividade dos seus funcionários. No segundo trimestre, a carteira combinada de empréstimos por funcionário aumentou de R$ 3,5 milhões de um ano atrás para R$4,1 milhões (US$ 1,8 milhão), segundo uma pesquisa da GBM. A média de empregados por agência caiu de 22,8 para 21,8 no mesmo período, segundo a pesquisa.

Superando a inflação

Embora os bancos estejam eliminando empregos, a expansão econômica no segundo trimestre poderia ajudar os funcionários nas negociações salariais, disse José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese, instituto de pesquisa sindical com sede em São Paulo.

“Os bancários têm uma grande tradição e são um dos poucos grupos de trabalhadores do Brasil com um contrato coletivo nacional de trabalho”, disse Oliveira em entrevista por telefone de São Paulo. “Como a taxa de desemprego está estável e a inflação está recuando, talvez no segundo semestre vejamos aumentos salariais semelhantes aos do primeiro”.

“Sentimos que a economia está mais lenta e as coisas não estão muito claras para nós”, disse Apostólico. “Nós sempre fazemos tudo o que podemos para evitar uma greve, mas tudo tem um limite, e os custos também”.

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