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Itaú deve ter índice de eficiência abaixo do previsto no ano

Meta de eficiência de 41 por cento não deve ser atingida pelo banco até o fim de 2013, afirmou um executivo


	Fachada do Itaú: o banco teve a menor taxa de crescimento de carteiras de financiamentos entre as instituições financeiras de grande porte no país
 (Thomas Locke Hobbs/CREATIVE COMMONS)

Fachada do Itaú: o banco teve a menor taxa de crescimento de carteiras de financiamentos entre as instituições financeiras de grande porte no país (Thomas Locke Hobbs/CREATIVE COMMONS)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 18h02.

São Paulo - O Itaú Unibanco seguirá focado em ganhar eficiência em 2013, estratégia que pode incluir a redução de pessoal, embora em velocidade menor que no ano passado, disse à Reuters nesta terça-feira o diretor corporativo de Controladoria e de Relações com Investidores do banco, Rogério Calderón.

Esse esforço, no entanto, não será suficiente para que o maior banco privado da América Latina atinja a meta de eficiência prometida para este ano.

"É muito pouco provável chegar ao índice (de eficiência) de 41 por cento no final de 2013", disse Calderón.

O índice de eficiência mede quanto um banco gasta para gerar receita. Portanto, quanto menor, melhor. Em setembro último, o do Itaú estava em 45,5 por cento, enquanto o índice do Bradesco estava em 41,7 por cento e a do Banco do Brasil, em 46,8 por cento.

Segundo Calderón, o banco seguirá atuando fortemente em 2013 para melhorar o indicador, tanto na redução de despesas quanto na geração de receitas com tarifas. "Nossas despesas devem crescer menos que a inflação neste ano", afirmou o executivo.

O trabalho inclui novos esforços para reduzir duplicidade de funções, embora em velocidade menor do que recentemente. No período de 12 meses até setembro passado, o Itaú eliminou nove mil postos de trabalho.


CAUTELA NO CRÉDITO

Embora publicamente o Itaú esteja procurando mostrar compromisso com a campanha do governo federal para elevar a oferta de crédito para estimular a atividade econômica, na prática a realidade é outra.

Em flagrante contraste com Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, cujas carteiras de financiamentos dispararam 43 e 20,5 por cento em 12 meses até setembro, o Itaú avançou 9,3 por cento no período, a menor taxa entre os grandes bancos do país.

"No momento em que vivemos, não faz sentido ter aumentos tão agressivos do crédito", disse Calderón. "Se o mercado crescer de forma racional, sempre estaremos competindo cabeça a cabeça", acrescentou.

MUDANÇAS NA DIRETORIA

Nos últimos meses, o Itaú teve as baixas de Claudio Yamaguti, que presidia a Redecard, e de Sergio Werlang, ex-diretor do Banco Central que ocupava a vice-presidência de Finanças e Risco.

Uma fonte familiarizada com o Itaú revelou à Reuters que devem ocorrer mais mudanças na alta diretoria da instituição, com a integração de áreas do banco comercial à unidade de atacado do grupo, o Itaú BBA; da área de cartões com a Redecard, que teve o capital fechado em 2012; e das divisões de controle e risco.


A saída de Werlang, que era responsável pela modelagem de crédito no Itaú, teria relação, segundo a fonte, com os maus resultados do banco em linhas como financiamento automotivo e capital de giro para pequenas e médias empresas, sob comando do vice-presidente José Roberto Haym. Essas áreas de crédito tiveram forte piora da inadimplência.

Calderón admitiu que o banco foi mal sucedido em algumas linhas de financiamento, mas negou que isso isoladamente tenha justificado a saída de Werlang. "Ninguém toma decisões sozinho", afirmou o diretor de Controladoria e de RI.

Ao mesmo tempo, outros executivos vêm ganhando força dentro do banco. Márcio Schettini, vice-presidente executivo de Cartões de Crédito e Crédito ao Consumidor, tem sido um dos mais ativos na campanha de ganho de eficiência, e pode acumular áreas de outras vice-presidências, de acordo com a fonte que pediu para não ser identificada.

O diretor financeiro Caio Ibrahim David pode concentrar sob sua responsabilidade a área de Controle e Risco. E a divisão de compliance pode passar ao guarda-chuva de Ricardo Villela Marino, membro de uma das famílias controladoras do banco, ou de Marcos Lisboa, ambos vice-presidentes, segundo a mesma fonte.

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