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Itapemirim não foi a 1ª: Vasp, Varig, Avianca e as aéreas que quebraram

Negócio de transporte aéreo comercial é um dos mais desafiadores do mundo em razão de margens apertadas e de variáveis como custo dos combustíveis

Aeronave da antiga Varig, que foi uma das maiores companhias aéreas do Brasil até os anos 2000 | Foto: Paulo Fridman/Bloomberg (Paolo Fridman/Bloomberg/Bloomberg)

Aeronave da antiga Varig, que foi uma das maiores companhias aéreas do Brasil até os anos 2000 | Foto: Paulo Fridman/Bloomberg (Paolo Fridman/Bloomberg/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2021 às 19h08.

Última atualização em 21 de dezembro de 2021 às 16h31.

As dificuldades financeiras que levaram a Itapemirim a interromper a operação de seus voos nesta sexta-feira, dia 17, não são uma novidade no setor aéreo. Essa é uma das indústrias cujas empresas operam com as margens mais apertadas de todos os setores, e o Brasil em particular é um mercado ainda mais desafiador por causa do efeito cambial e das incertezas macroeconômicas.

Ao longo dos últimos 30 anos, uma série de companhias aéreas que por muito tempo tiveram resultados positivos e ganharam a preferência dos passageiros acabaram por encerrar as atividades por causa das dificuldades financeiras. A lista inclui nomes como Vasp, Transbrasil, Varig, BRA e Avianca, para citar casos mais conhecidos.

Além das próprias dificuldades inerentes da operação do transporte aéreo, como o custo de combustíveis e a dolarização da maior parte das despesas, também pesaram para a derrocada as incertezas macroeconômicas e as decisões de governo de cada época, como o congelamento dos preços de passagens nas décadas de 1980 e 1990.

Veja abaixo um pouco da história de cada uma até a derrocada:

Vasp

A Viação Aérea São Paulo (Vasp) teve origem na década de 1930 e operou na maior parte de sua história como uma companhia estatal. Em 1990, foi privatizada e arrematada pelo empresário Wagner Canhedo. A companhia passou a realizar rotas internacionais, mas, no começo dos anos 2000, entrou em dificuldades financeiras até o ponto em que entrou com pedido de recuperação judicial em 2005. Três anos mais tarde, teve a falência decretada.

TransBrasil

Outra das maiores companhias aéreas brasileiras nas décadas de 1970 e 1980, a extinta TransBrasil foi fundada em Santa Catarina na década de 1950 por Omar Fontana, filho do fundador da Sadia, Attilio Fontana. Firmou-se como uma das forças do setor por muitos anos e realizou voos para o exterior nos anos 1990. Mas também entrou em dificuldades financeiras na segunda metade dessa década e teve a falência decretada no começo de 2002.

Varig

No seu auge, a Varig foi uma das maiores companhias aéreas do mundo, reconhecida pela excelência do seu serviço, principalmente em rotas internacionais para os principais destinos do mundo. Mas a partir da década de 1990 passou a operar no vermelho em exercícios sucessivos, ampliando o tamanho de sua dívida, que superou a marca de 4 bilhões de reais no começo dos anos 2000. Nessa época, passou a sofrer com a concorrência da então novata Gol e da TAM.

Para muitos analistas, a crise teve origem também na gestão de sua controladora, a Fundação Ruben Berta.

Entrou em recuperação judicial em 2005 e teve parte de sua operação -- a Varig Log -- vendida para a portuguesa TAP. Em 2007, foi negociada com a Gol por 320 milhões de dólares, que assumiu muitas de suas rotas domésticas (por meio dos slots, o direito a operar determinados trechos). Em 2010, teve a falência decretada pela Justiça.

Avianca Brasil

Conhecida anteriormente como OceanAir, a Avianca Brasil tinha o mesmo controlador da colombiana Avianca Holdings, que continua a operar. Na década de 2010, se firmou como uma companhia que voava para poucas rotas e tinha um serviço acima da média das concorrentes Latam e Gol. Mas não conseguiu manter as finanças em ordem e as dívidas acabaram saindo do controle, em especial com as empresas globais de leasing de aeronaves.

Entrou com pedido de recuperação judicial em dezembro de 2018, com dívidas depois reconhecidas de 2,7 bilhões de reais. Acabou com a falência decretada em meados de 2020 porque não conseguiu cumprir com o plano de recuperação. Boa parte dos seus slots acabou repassada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para a Azul.

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