Negócios

Investimento publicitário deve crescer até 15% em 2010, segundo ABAP

Com a Copa do Mundo e os jogos Olímpicos, o Brasil é a janela de oportunidade para marcas globais do momento

Luiz Lara, Presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP) (--- [])

Luiz Lara, Presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP) (--- [])

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Antes da crise econômica assolar o mercado mundial nos mais variados segmentos, inclusive o publicitário, os investimentos em mídia estavam crescendo exponencialmente no Brasil. O setor chegou a fechar o ano de 2008 com um movimento financeiro de 21,444 milhões de reais, um aumento de 12.8% em relação a 2007.

No entanto, os reflexos sobre a demanda só foram sentidos pelas agências de propaganda em meados de abril deste ano, quando muitas campanhas publicitárias foram postergadas, segundo Luiz Lara, presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP).

De acordo com os cálculos do projeto Inter-Meios em parceria com o jornal Meio & Mensagem, o investimento publicitário até o mês de junho foi de aproximadamente 9,657 milhões de reais, bem abaixo do que vinha registrando no ano anterior.

A boa notícia é que com a rápida e consistente saída do Brasil da recessão, os investimentos em propaganda voltaram à cena a partir do terceiro trimestre e, segundo Lara, tudo indica que os resultados dos últimos três meses do ano evidenciarão a retomada do setor.

Dessa forma, as projeções para o ano que vem são ainda mais animadoras. "Eu estou otimista e projeto um crescimento de 12% a 15% para 2010, voltando aos patamares anteriores à crise", afirmou ele.

A Copa do Mundo de 2014 e os jogos Olímpicos de 2016, ambos a serem realizados no Brasil, certamente impulsionarão ainda mais a publicidade no Brasil, que já é uma das mais criativas do mundo.

Na opinião de Lara, o país é a janela de oportunidades para empresas globais do momento. "Marcas como Nissan, Nívea, Pedigree, Procter & Gamble e Visa estão vendo no Brasil uma oportunidade única para crescer a dois dígitos, o que é impossível em mercados maduros como Estados Unidos e Europa", disse ele.

Ainda segundo o executivo da ABAP, todas as formas de mídia estão preocupadas em investir em propaganda. "Nenhuma empresa pode parar de anunciar. Hoje em dia, isso é importante não só para alavancar vendas, mas para manter a marca conectada com todos os públicos alvos de um produto", disse Lara.

Para se ter uma idéia do cenário atual, as mídias já começaram a vender suas cotas de patrocínio para os eventos esportivos que virão. A rede Globo, por exemplo, já fechou seis cotas específicas para a Copa do Mundo de 2014 por 81 milhões de reais cada. 


Mercado interno

É sabido que o Brasil só conseguiu enfrentar as recentes turbulências econômicas devido à força de seu mercado interno. O mesmo aconteceu no segmento publicitário.

O executivo da ABAP enfatizou a importância da transição de 23 milhões de pessoas que migraram da classe D para a C. Segundo ele, essas pessoas não aspiram somente preços baixos, mas se importam também com marcas.

A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o setor automobilístico e também para os produtos de linha branca é outro fator que tem contribuído para as projeções otimistas do segmento.

"O setor automotivo foi o que mais anunciou no ano de 2009. As empresas de higiene e beleza também investiram fortemente em publicidade. As de telecomunicações e de alimentos também se mantiveram ativas", disse Lara.

De modo geral, os analistas de mercado enxergam o Brasil como o país do presente. No quesito publicidade não podia ser diferente, afinal, as cores verde e amarela estão em alta no mundo inteiro. 


Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

Como um adolescente de 17 anos transformou um empréstimo de US$ 1 mil em uma franquia bilionária

Um acordo de R$ 110 milhões em Bauru: sócios da Ikatec compram participação em empresa de tecnologia

Por que uma rede de ursinho de pelúcia decidiu investir R$ 100 milhões num hotel temático em Gramado

Di Santinni compra marca gaúcha de calçados por R$ 36 milhões

Mais na Exame