Inteligência artificial e análise de dados ajudam a melhorar eficiência na condução de veículos
Com crescimento de 100% no último ano, Cobli quer expandir negócios e se tornar maior empresa de telemetria da América Latina
EXAME Solutions
Publicado em 5 de julho de 2023 às 09h00.
Última atualização em 5 de julho de 2023 às 13h41.
Todos os dias, 11 milhões de veículos rodam pelo Brasil para transportar prestadores de serviços, mercadorias e cargas. A frota comercial do país é a maior da América Latina, mas ainda perde eficiência pela falta de dados: só 15% dela está conectada.
Os dados são da Cobli, FleetTech brasileira que iniciou no mercado em 2017 e está de olho nessa lacuna. Após crescer mais de 100% no último ano e chegar a 400 funcionários – com R$ 250 milhões levantados em duas rodadas de investimento, em 2019 e 2021–, a empresa tem planos de se tornar a maior plataforma de inteligência para gestão de frotas da América Latina.
- Vai fazer frio em São Paulo? Confira a previsão do tempo da primeira semana de julho
- Recorde de frio: cidade de SP registra a menor temperatura do ano nesta terça; veja previsão
- Americanas (AMER3) rescinde com empresa de auditoria PwC após constatar fraude em balanços
- Tesla supera expectativas e bate recorde de entregas no 2º trimestre
- Julho tem feriado? Confira as datas comemorativas do mês
- Vamos (VAMO3) movimenta R$ 1,3 bilhão em oferta subsequente de ações
“Uma das teses da Cobli é que o Brasil teve um atraso na modernização do monitoramento de frotas e queremos fechar esse ‘gap’. A grande vantagem é que somos, ao mesmo tempo, um dos países mais avançados e rápidos do mundo para adoção dessas tecnologias”, conta o presidente e cofundador Rodrigo Mourad.
Mais dados, mais eficiência
O ganho de eficiência pela análise de dados é uma das verticais exploradas pela Cobli. Sensores instalados nos veículos registram localização, trajetos, acelerações e frenagens, enviando os dados para a plataforma e permitindo administrar, consumo de combustível, manutenções preventivas e até o modo de condução dos motoristas. Uma análise posterior dos dados dá ao gestor da frota a possibilidade de criar rotas mais dinâmicas, potencializar o treinamento da equipe e reunir evidências em caso de acidentes.
As câmeras a bordo são outro ponto alto da telemetria nos transportes, que hoje entrega mais com ovídeo.Usando inteligência artificial para analisar os dados, a solução de videotelemetria é capaz de detectar automaticamente comportamentos de risco do motorista, como usar o celular enquanto dirige ou estar muito próximo do veículo da frente e emitir um aviso sonoro na cabine.
Entre 2021 e 2022, segundo a Polícia Rodoviária Federal, foram 22.362 colisões no trânsito no Brasil, cuja causa principal foi a direção distraída. Além da dimensão humana, isso custa, segundo estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cerca de R$50 bilhões anuais de prejuízo ao país.
“O sensor com vídeo é a melhor solução para o gestor entender o que está acontecendo. Cerca de 90% dos acidentes hoje são provocados por falhas humanas, como distrações e direção agressiva. O vídeo traz um dado robusto para a criação de políticas de treinamento melhores para corrigir essas falhas ou até mesmo para reconhecer os motoristas com bom modo de condução”, garante Mourad.
Esse tipo de tecnologia já representa 50% das novas instalações da Cobli. O custo, segundo a empresa, é baixo e, em geral, não chega a 1% do custo total de operação do veículo.
Essa combinação de soluções baseadas em inteligência artificial e uma base de dados robusta garante mais rentabilidade tanto para as empresas cujo foco principal é a logística quanto para aquelas que dependem do deslocamento de seus funcionários para a prestação de serviços. Além da prevenção de acidentes com motoristas bem treinados, há a economia de combustível com rotas mais inteligentes e diminuição do desgaste mecânico com a manutenção preventiva.
Para os próximos anos, a Cobil pretende continuar crescendo em ritmo acelerado no país, aproveitando a demanda potencial, e alçar voos internacionais, expandindo a operação para outros países da América Latina.
“Há cinco anos éramos duas pessoas, hoje somos 400, investimos 200 vezes mais no nosso produto. Queremos ser a maior empresa de telemetria da América Latina e estamos focados em conquistar esse objetivo nos próximos cinco anos”, diz Mourad.