Incerteza dificulta investimentos da Nissan no país
Apesar da dificuldade em atrair recursos, CEO diz que não fez cortes na programação de investimento enviada ao Japão
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de junho de 2018 às 11h31.
Última atualização em 26 de junho de 2018 às 11h41.
São Paulo - Reflexo das incertezas eleitorais, de desdobramentos da greve dos caminhoneiros e de um cenário externo adverso, a piora do ambiente de negócios no Brasil tem atrapalhado as negociações da Nissan com a matriz no Japão em torno do plano de investimento a ser executado pela filial nos próximos cinco anos.
A empresa espera que o novo ciclo seja aprovado em um mês, mas o presidente da Nissan no Brasil, Marco Silva, reconhece que a realidade do país não ajuda na discussão. "Ontem mesmo recebi questionamentos (da matriz) sobre como está a situação por aqui."
Apesar da dificuldade em atrair recursos, sobretudo após a montadora desembolsar quase R$ 3,5 bilhões desde que começou a construção da fábrica, inaugurada há quatro anos em Resende (RJ), Silva diz que não fez cortes na programação de investimento enviada ao Japão.
Inicialmente, a ideia era que essa definição saísse no fim de 2017. Silva conta que, quando fechou, entre fevereiro e março, o planejamento estratégico deste ano, já havia uma expectativa de que os resultados seriam afetados pela eleição, mas a greve dos caminhoneiros acentuou as incertezas no campo político.
Silva, que participou na segunda-feira, 25, em São Paulo, de seminário realizado pela publicação Autodata, diz que a prioridade agora é rever gastos e buscar ganhos de produtividade, colocando de lado planos de aumento de produção. "Chegamos a pensar em abrir o terceiro turno de produção, mas isso terá de esperar".