iFood, se cuida: Magazine Luiza entra no delivery de comida com AiQFome
Compra da startup AiQFome pretende aumentar o uso do aplicativo Magalu e reforçar a presença e a entrega em pequenas e médias cidades
Marina Filippe
Publicado em 3 de setembro de 2020 às 18h30.
Última atualização em 3 de setembro de 2020 às 19h09.
A varejista Magazine Luiza anuncia a aquisição da startup de delivery de comida AiQFome, com sede na cidade paranaense de Maringá. O AiQFome será integrado ao aplicativo do Magalu, que já conta com uma carteira digital, o MagaluPay, e os e-commerces de Netshoes, Zattini, Época Cosméticos e Estante Virtual.
"O objetivo é transformar o aplicativo em um superapp. Temos mais de 30 milhões de usuários ativos mensais no nosso app Magalu, e nessa estratégia temos investido em aumento de sortimento. Sabemos que o pedido de comida no delivery é cada vez mais recorrente e a aquisição do AiQFome reforça a frequência de uso", diz Roberto Bellissimo, CFO do Magazine Luiza.
Com cobertura nacional, o AiQFome está presente em 350 cidades, localizadas por 21 estados, e com a previsão de chegada em mais 150 cidades ainda neste ano. A plataforma tem mais de 2 milhões de clientes cadastrados e recebe milhões de pedidos por ano, preparados por 17.000 restaurantes parceiros. Em média, cada usuário faz mais de três pedidos por mês, o que contribuirá para o aumento de recorrência de vendas que é parte da estratégia do Magalu.
Atualmente, a entrega final do pedido é de responsabilidade do restaurante parceiro. "Estamos trabalhando em um plano de logística para oferecer novas operações de entrega, mas já acreditamos ser um reforço no delivery de comida, especialmente em cidades do interior do Brasil de até 300.000 habitantes", dizIgor Remigio, CEO do AiQFome. No futuro os entregadores parceiros da AiQFome podem ajudar a entregar também outros produtos do Magazine Luiza.
O AiQFome movimenta mais de 700 milhões de reais por ano. "Esse é mais um movimento cirúrgico do Magalu para desenvolver seu ecossistema de negócios e fortalecer seu superapp", diz Bellissimo. "Com a aquisição, trazemos para dentro da empresa competências que ainda não possuímos."
Com a aquisição, o AiQFome poderá ganhar escala, beneficiando-se, por exemplo, da força do LuizaLabs, laboratório de inovação que já conta com 1.300 desenvolvedores. A operação de aumento de escala deverá reproduzir o que já ocorreu com outras startups compradas pelo Magalu, como a Logbee, de tecnologia logística. Em maio de 2018, quando foi adquirida, a Logbee atuava apenas na cidade de São Paulo. Hoje, está presente em centenas de municípios.
O Magazine Luiza também prestará serviço aos restaurantes cadastrados no AiQFome, que, a partir de agora, terão acesso ao Magalu Pagamentos, ao Magalu Entregas e a todos os outros serviços do Magalu as a Service.
Recentemente, o Magalu adquiriu as startups Hubsales e Stoq, a plataforma de mídia da Inloco e o site de notícias de tecnologia Canaltech, que permitem gerar conteúdo, tráfego e conversão em vendas online e offline. A realização desses negócios — todos integrados à estratégia de formação de um ecossistema digital — estava prevista desde o follow-on realizado pela companhia em novembro do ano passado, quando foram levantados 4,2 bilhões de reais para suportar metas de crescimento exponencial.
"Mais do que executar nossa estratégia, acreditamos que estamos contribuindo para fortalecer o ambiente de inovação do país, formado principalmente por startups", afirma Bellissimo. "Negócios como esse mostram ao mercado que há oportunidade de saída para os empreendedores e de ganho de escala para essas empresas."