iFood: a expectativa é que, em junho, as gorjetas repassadas aos entregadores sejam de mais de R$ 5 milhões (iFood/Divulgação)
Karin Salomão
Publicado em 27 de maio de 2020 às 11h16.
Última atualização em 28 de maio de 2020 às 07h39.
O iFood irá destinar 25 milhões de reais para iniciativas de proteção aos entregadores da plataforma de entregas. Esse valor engloba os benefícios já anunciados até agora, bem como a extensão de benefícios até o final de junho.
O Fundo Solidário, destinado aos entregadores que apresentam sintomas da covid-19, oferecerá auxílio financeiro por 28 dias, mais do que os 14 dias recomendados por autoridades de saúde. O valor do fundo será calculado com base no valor recebido pelo entregador em média nos últimos 30 dias, proporcional aos período de 28 dias de desativação do cadastro.
“Foram muitos aprendizados nesses últimos meses e agora conseguimos ampliar as medidas de auxílio e proteção para esses parceiros fundamentais”, diz Roberto Gandolfo, vice-presidente de logística do iFood em nota.
Há também um fundo de proteção para quem se enquadra no grupo de risco ou quem vive com familiares nesse perfil. Até o final de dezembro, os entregadores que derem entrada neste fundo recebem um valor com base nos repasses dos 30 últimos dias e ainda tem o montante total dobrado.
As gorjetas para o delivery também aumentaram. O iFood já havia aumentado os valores das gorjetas, pagas integralmente aos entregadores, de 1, 3 e 5 reais para 2, 5 e 10 reais. No período de pandemia, os consumidores também estão sendo mais generosos pela plataforma, diz o iFood. Desde março, os valores das gorjetas foram dobrados pela plataforma, que estendeu o benefício para até o final do mês de junho. Esses valores serão repassados aos entregadores todas a semana e a expectativa é chegar a pelo menos 2,5 milhões de reais em gorjetas - dobrado, esse valor deve ultrapassar 5 milhões de reais.
A plataforma de entregas está batendo recordes de utilização durante a pandemia, pela quarentena e medidas de isolamento social. Nesse contexto, o iFood atingiu recorde de 30,6 milhões de pedidos em março. Para Diego Barreto, vice-presidente de estratégia e finanças da empresa, a mudança veio para ficar. “Os serviços digitais começaram a ser usados como uma comodidade, mas viraram essenciais”, disse ele em entrevista à EXAME. Confira a matéria na edição 1210 da revista EXAME.
A empresa também está de olho nos restaurantes. O número de estabelecimentos cadastrados em março subiu 13% em comparação com fevereiro, para 160.000. No início de maio, lançou um curso gratuito para que restaurantes possam se preparar para os desafios impostos pela pandemia da covid-19. Restaurantes de diversos modelos, de padarias a churrascarias rodízio, passando pela alta gastronomia, estão adaptando seus pratos e modelos de negócio para o delivery.
Além disso, Barreto acredita que, em um mundo pós-pandemia, os restaurantes serão mais digitais. Em agosto do ano passado, a empresa começou a testar a modalidade "Na Mesa", para pedir e pagar pelo aplicativo e comer no restaurante. O formato permite ter menos contato, seja com o garçom, seja com o menu e as maquininhas de pagamento. "As pessoas vão continuar sendo servidas pelo mundo online", afirma.