Claudio Bergamo, diretor presidente da Hypermarcas: a média de aumento de preços foi de 6% a 8% em higiene e beleza e de 5%, aproximadamente, em medicamentos (Germano Luders/Exame)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2011 às 17h28.
São Paulo - A Hypermarcas implantou no primeiro trimestre uma política de aumento de preços e reduções de prazo. A mudança na política da empresa ocorreu em decorrência da mudança no cenário econômico do Brasil e é pontual, segundo Claudio Bergamo, diretor presidente da Hypermarcas.
“Não é mudança de estratégia da companhia, é um ajuste sazonal, que foi feito para que pudéssemos impor nossa nova condição de produto, para melhorar margem e fluxo de caixa”, disse Bergamo, em teleconferência realizada hoje (9/5) com analistas. “Se. a economia piorar o cenário macroeconômico, nós já adiantamos dentro de casa os aumentos e melhorias que tínhamos que fazer”, disse o executivo.
A média de aumento de preços foi de 6% a 8% em higiene e beleza com alguns produtos acima de 8%, e de 5%, aproximadamente, em medicamentos. A empresa busca reduzir os prazos em 30 dias.
Queda de braço
A empresa implementou a nova tabela de preços a partir do dia 1º de abril. A Hypermarcas manteve sua nova política apesar de os clientes terem realizado pedidos “em condições desfavoráveis para a companhia, fora da nova política”, segundo Bergamo, ainda no final de março.
A nova política levou alguns clientes da empresa a adiarem diversas encomendas do trimestre, segundo Bergamo. Por isso, a Hypermarcas optou por uma desestocagem de atacadistas e distribuidores, principalmente, para ao longo do ano poder impor sua política comercial.
Com as medidas, a empresa acredita que fez um “ajuste de estoque na praça”, segundo Bergamo. Do total de vendas da Hypermarcas, 65% são vendidos através de atacados e distribuidores. “Se ajustamos o estoque deles, agora temos maior poder de negociação, conseguimos impor condições melhores de mercado”, disse Bergamo.
Nada mudou na força das marcas, estrutura e estratégia da empresa, segundo o executivo. “O que ocorreu foi quase uma queda de braço, que impõe condições mais rigorosas, uns gostam outros não, mas acabam vindo porque a força da marcas é muito forte”, diz.
“A demanda dos nossos produtos continua saudável, porque os problemas macroeconômicos ainda não ocorreram em emprego e renda”, disse o executivo. Nesse cenário, a empresa também começou a acelerar diversas integrações, como a da Mantecorp e aproveita para tentar reduzir despesas.