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Heineken cresce e em mercados como o Brasil, isso virou um problema

Cervejaria holandesa apresentou balanço acima das estimativas, mas tem problemas para atender a demanda em um de seus principais mercados

Heineken: companhia holandesa tem dificuldade de abastecimento em bares da cidade de São Paulo
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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 06h33.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2019 às 10h02.

Até onde pode chegar a cervejaria holandesa Heineken , a maior desafiante da poderosa ABInBev, dona de marcas como Skol, Stella Artois e Corona? Na manhã desta quarta-feira, a cervejaria divulgou seu novo balanço trimestral.

A Heineken superou a expectativa de analistas, com crescimento no volume de cerveja de 4%, e lucro operacional de 4,4 bilhões de euros. O balanço acima do previsto deve fazer a cervejaria manter o bom momento na bolsa, com alta de 10% em suas ações no último mês. A dúvida é até onde a Heineken pode chegar.

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Uma série de fusões e aquisições levaram a ABInBev a dominar mais da metade dos lucros do mercado mundial de cervejas. Com um terço do tamanho da maior concorrente, a Heineken vem crescendo em todas as regiões em que atua. Seu volume de produção cresce puxado por mercados como Brasil, México, Vietnã e África do Sul. A boa notícia, para a companhia, é que as vendas de sua cerveja mais icônica, que lhe rende margens maiores, a verdinha Heineken, cresceram ainda mais no último trimestre: 7,7%.

Segundo estimativas de analistas, o volume de produção da empresa deve continuar crescendo, de 218 milhões de hectolitros em 2017 para 248 milhões em 2020, num ritmo na casa dos 3% ao ano. O lucro deve avançar mais, na casa dos 5% ao ano.

Enquanto a ABInBev está posicionada em todos os segmentos de mercado, mas tem sua maior fortaleza nas marcas mais baratas, a holandesa se beneficia da crescente procura por cervejas premium. Ao menos na teoria. Um relatório do banco Credit Suisse mostrou dificuldades de abastecimento da Heineken em diversos bares de São Paulo, o que abre espaço para a concorrência. A cervejaria sofre de um duplo problema no Brasil: uma revisão no acordo de distribuição que mantinha com a Coca-Cola e um excesso de demanda em suas fábricas.

Desde que comprou, em 2017, a operação da japonesa Kirin no Brasil, o país passou a ser uma das prioridades globais da cervejaria. Segundo relatório do banco Bradesco BBI, a Heineken pode conquistar até cinco pontos percentuais de participação de mercado em cinco anos, chegando a 25% do total. Mas as dificuldades logísticas podem dificultar a ascensão. No último trimestre, dificuldades operacionais levaram a quedas nos volumes em países importantes da África, como a Nigéria.

No Brasil, a capacidade operacional da empresa deve ser posta à prova nas próximas semanas, durante o carnaval. Seria uma péssima hora para deixar o folião sem cerveja.

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