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Hedge fund de US$ 5,5 bi não liga para o risco político

O hedge fund sueco Informed Portfolio Management está desconsiderando os riscos de uma possível Brexit e da turbulência política


	Dólares: a gestora de um total de US$ 5,5 bilhões faz com que o rublo e o real estejam entre suas principais escolhas
 (Andrew Harrer/Bloomberg)

Dólares: a gestora de um total de US$ 5,5 bilhões faz com que o rublo e o real estejam entre suas principais escolhas (Andrew Harrer/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2016 às 21h39.

O hedge fund sueco Informed Portfolio Management está desconsiderando os riscos de uma possível Brexit e da turbulência política em países como Brasil e África do Sul.

A gestora de um total de US$ 5,5 bilhões diz que a abordagem de seu fundo Systematic Macro, de US$ 2,1 bilhões, que consiste em observar os fundamentos e fazer apostas limitadas no desempenho dos ativos entre si, faz com que o rublo e o real estejam entre suas principais escolhas, segundo entrevista em Estocolmo, na semana passada, com o presidente Stefan Nydahl e o chefe de estratégia de investimento do fundo, Serge Houles.

“A turbulência política às vezes cria oportunidades ao afastar a moeda de seu valor fundamental e nós podemos manter a posição até que ela retorne a esse valor”, disse Nydahl.

Segundo Houles, sua aposta no real foi perdedora por “muito tempo” durante a turbulência que culminou na decisão da semana passada de afastar a presidente Dilma Rousseff, mas agora houve uma reviravolta. O que o fundo busca nas apostas cambiais, em parte, é paridade de poder de compra e carry relativo, o que também torna o rublo atraente.

“Estamos completamente desconectados dos movimentos agudos de preço de curto prazo”, disse Houles. “Tudo se resume aos fatores fundamentais e enquanto eles se mantiverem favoráveis à nossa posição, nós a manteremos”.

A abordagem está compensando até esta altura do ano, com um retorno de 14,6 por cento em seu portfólio Systemic Macro, contra 4,4 por cento no ano passado.

As simulações da IPM mostraram também que uma Brexit, ou a saída do Reino Unido da União Europeia, teria apenas um impacto menor em sua carteira devido ao seu atual perfil de risco e, portanto, a empresa não está realizando nenhuma mudança para se defender das consequências.

“Considerando isso, e desde que não tenhamos nenhum fato concreto sobre a mesa, para nós não tem sentido tentar projetar o resultado do evento”, disse Nydahl.

O fundo também está ignorando o risco potencial de intervenção no iene e também poderia chamar a atenção com suas apostas nas tradicionais moedas de refúgio, como o iene e o franco francês, ao mesmo tempo em que também antecipa o aumento dos preços das ações. Além disso, não está dando atenção àqueles que dizem que a moeda sueca se valorizará mais porque a maior economia nórdica terá um desempenho superior ao da maioria dos países desenvolvidos e porque a inflação começou a acelerar.

Para a IPM, esses fatos também têm pouca importância porque seus investimentos são realizados em uma base relativa e colocam os ativos uns contra os outros.

“Em vez de manter a visão sobre a direção dos juros ou de uma determinada moeda, nós apostamos no desempenho do iene em relação à libra ou à coroa sueca”, disse Nydahl, que entrou na IPM em 2015 após trabalhar na Brummer Group e no banco central da Suécia. “Por isso não temos que estar certos sobre a economia japonesa em termos absolutos”.

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