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Grupo Positivo volta a faturar R$ 1 bilhão, faz aquisição em SP e amplia área de ensino básico

A divisão de ensino básico tem sido o maior impulsionador do crescimento da Positivo; em 2023, a companhia deve crescer 14%

Lucas Guimarães, da Positivo Educacional: "nós estamos muito abertos para onde quer que seja, desde que encontremos o perfil de escola que buscamos" (Grupo Positivo/Divulgação)

Lucas Guimarães, da Positivo Educacional: "nós estamos muito abertos para onde quer que seja, desde que encontremos o perfil de escola que buscamos" (Grupo Positivo/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 7 de dezembro de 2023 às 06h00.

Última atualização em 7 de dezembro de 2023 às 15h03.

Meses após entrar em São Paulo com a compra do colégio Santo Ivo, o Grupo Positivo assina uma nova aquisição no estado para fortalecer a divisão de ensino básico. A companhia comprou participação majoritária da Escola e Colégio Jardim das Nações, com duas unidades em Tremembé e uma Taubaté. Em número de alunos, a movimentação é a maior desde que o grupo deu início ao processo de expansão do Colégio Positivo, em 2016.

O Jardim das Nações tem 1.800 alunos, distribuídos pelos três níveis da educação básica, desde o berçário até o ensino médio. Criada em 1970 pela professora Júlia Maria Rocha Carneiro Bastos - ou dona Julinha, como é conhecida -, a instituição é liderada atualmente por diretores da família da fundadora: as filhas Beatriz de Carvalho e Heloísa Marques Silva e netos Murilo Carvalho e Thomás Bastos. 

Os quatro permanecerão como sócios e em cargos como diretores, na linha de frente da condução da escola. Na estratégia de expansão, a Positivo tem como uma das premissas manter os donos das escolas no negócio. No caso do Jardim das Nações, os quatro mantiveram um percentual da operação. 

A companhia não revelou os valores da transação nem a participação que comprou do negócio. Para chegar ao acordo, as duas partes negociaram por cerca de um ano. 

“Eles têm uma ênfase muito grande na formação dos professores e do quadro técnico. Eles têm um trabalho primoroso nesse sentido. É uma coisa que acreditamos e gostamos muito”, afirma Lucas Guimarães, presidente da Positivo Educacional. A Jardim das Nações adota uma abordagem sócio-construtivista de ensino combinada à linhas de teóricos como Jean Piaget, Lev Vygotsky e Emmi Pikler.

Segundo o executivo, no comando da operação há 10 anos, a estratégia da Positivo para crescer na educação básica passa por encontrar escolas que se identifiquem com entrega de valor mais elevada: projeto pedagógico consistente, com estímulo ao pensamento crítico e ao método científico, e que tenha um currículo que vá além da sala de aula. 

A proposta da Positivo é conversar com um perfil de público na classe A, com possibilidade de desembolsos maiores. No Jardim das Nações, as mensalidades têm um valor médio de R$ 1.700,00. 

Qual é a estrutura do negócio da Positivo

Com a nova compra, o grupo chega a 26 escolas, distribuídas pelo Paraná, o estado de origem da Positivo, Santa Catarina e São Paulo. Elas reúnem pouco mais de 20.500 alunos. 15 dessas escolas passaram a integrar a companhia recentemente, neste período de expansão iniciado em 2016.    

O avanço é reflexo de uma mudança de estratégia do grupo nos últimos anos, quando decidiu sair de algumas operações. Em 2019, a companhia vendeu o Sistema Positivo de Ensino para a Arco por 1,65 bilhão e a Universidade Positivo para a Cruzeiro do Sul Educacional por R$ 500 milhões.  

Atualmente, a divisão de ensino básico representa 34% de todo o faturamento da Positivo Educacional contra 6% uma década atrás. A operação principal do grupo é a gráfica Posigraf, com 44%. O Sistema Aprende Brasil, plataforma que atende escolas públicas, fica com os 20% restante. 

Mas, de acordo com Guimarães, a entrada dos novos colégios é o grande impulsionador do crescimento atual. Em 2023, a companhia deve registrar o seu primeiro R$ 1 bilhão anual, após a venda dos outros negócios em 2019. O valor significa um avanço de 14% em relação à receita líquida do ano passado: R$ 900,6 milhões.

Com caixa ainda fortalecido, a tendência é de que a Positivo continue a explorar oportunidades. O CEO, porém, evita comentar expansão e eventos futuros. "Nós estamos muito aberto para onde quer que seja, desde que encontremos o perfil de escola que buscamos".

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