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Grupo Falabella, do Chile, terá megaloja em SP

O grupo pretende inaugurar uma megaloja da Sodimac, rede que é líder no mercado de produtos para casa no Chile e ainda não tem presença no Brasil


	A Falabella é dona da bandeira da Sodimac: a aquisição da Dicico no ano passado foi o primeiro movimento do grupo Falabella em direção ao mercado brasileiro
 (Wikimedia Commons)

A Falabella é dona da bandeira da Sodimac: a aquisição da Dicico no ano passado foi o primeiro movimento do grupo Falabella em direção ao mercado brasileiro (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 08h52.

São Paulo - O grupo chileno Falabella, segundo maior varejista da América Latina, acaba de dar mais um passo em sua empreitada no mercado brasileiro.

Dona da rede de materiais de construção Dicico desde junho do ano passado, a companhia desembolsou R$ 100 milhões para comprar um terreno na Marginal do Pinheiros, em São Paulo, onde pretende inaugurar uma megaloja da marca Sodimac, rede do grupo Falabella que é líder no mercado de produtos para casa no Chile e ainda não tem presença no Brasil.

Com faturamento de US$ 11,8 bilhões no ano passado, os chilenos atuam em cinco países da América Latina com supermercados, lojas de departamento, banco e shopping centers. No varejo, o segmento de materiais de construção e artigos para casa é o mais relevante para a companhia, com receita de US$ 5,5 bilhões no ano passado.

"O Brasil é um dos grandes vetores de crescimento do grupo", diz uma fonte próxima aos chilenos. "Eles querem chegar com a marca Sodimac para depois estrear em outras áreas."

A aquisição da Dicico no ano passado foi o primeiro movimento do grupo Falabella em direção ao mercado brasileiro. Os chilenos compraram, por R$ 388 milhões, 50,1% da Construdecor, empresa controladora da rede paulista de materiais de construção. O fundador da Dicico, Dimitrios Markakise, permaneceu no negócio com 49,9% do capital, e ocupa o cargo de presidente da Construdecor.

No ano passado, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Markakise revelou que o plano era trabalhar com as bandeiras Dicico e Sodimac no País. As duas operam em formatos muito diferentes: a rede brasileira é especializada em revestimentos, louça sanitária, acabamentos, enquanto a Sodimac atua também em decoração, móveis, utensílios para a casa, como panelas e roupa de cama.

A Dicico é hoje a quarta empresa no ranking das maiores varejistas de material de construção do País, atrás de Leroy Merlin, Telha Norte e C&C. Com a Sodimac, o grupo passará a competir também com varejistas como Camicado. “A ideia é atuar num segmento mais premium, em que a Dicico não consegue entrar”, diz outra fonte próxima ao grupo.


Terreno

A diferença entre as duas bandeiras está também no porte das lojas: as da Dicico têm em média 3 mil metros quadrados e as da marca chilena chegam a 12 mil metros quadrados. Isso explica por que eles estavam à procura de um terreno grande.

A área comprada pelo grupo Falabella é vizinha do empreendimento imobiliário Parque Global, que está sendo construído num terreno de 218 mil metros quadrados, entre o complexo Cidade Jardim e o Parque Burle Marx.

Esse projeto prevê a construção de um novo bairro, com shopping, prédios de escritório, hotel e estação de metrô. A área vendida para os chilenos pertencia à incorporadora Tecnisa, que já foi sócia do Parque Global, mas deixou o projeto em 2006, com o dinheiro que tinha investido e mais uma área de 37,8 mil metros quadrados.

No fim de janeiro, a Tecnisa divulgou, por meio de um comunicado, que estava acertando a venda desse terreno, no valor de R$ 100 milhões, e que já havia recebido um sinal de R$ 5 milhões por ele. A incorporadora não divulgou o nome da compradora. Segundo fontes próximas ao grupo Falabella, aquisição foi concluída na semana passada. As empresas não comentaram a informação.

Ainda não há previsão para a inauguração da megaloja da Marginal do Pinheiros.

Segundo apurou a reportagem, a empresa começou agora a correr atrás de toda a documentação necessária para iniciar a construção da unidade, o que deve levar um ano. A empresa tem em caixa mais R$ 100 milhões para investir em novas áreas, que podem ser adquiridas ou alugadas.

"Se conseguirem alugar uma área pronta, pode até ser que a primeira unidade Sodimac não seja a da Marginal do Pinheiros, que vai demandar mais tempo de desenvolvimento", afirma uma fonte da empresa.

Quem está mapeando as áreas é o executivo chileno Francisco Cerda, que se mudou para o Brasil no ano passado. Ele é o responsável pelo início da operação da rede Sodimac no mercado brasileiro e conta com a ajuda e com a rede de contatos do fundador da Dicico para fechar os negócios. Os dois estão olhando novas áreas principalmente no Estado de São Paulo.

Hoje, a Dicico tem 56 unidades em território paulista. Antes de fechar negócio com Markakis, os chilenos tentaram, por anos, fazer uma parceria com a C&C, segundo fontes do setor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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