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Grupo Casino se sente traído por Diniz, afirma revista

Segundo reportagem da Economist, empresa francesa vai levar o caso à Justiça brasileira

Segundo a Economist, Abílio Diniz e o Casino estão em pé de guerra há um mês (GERMANO LURDES/EXAME)

Segundo a Economist, Abílio Diniz e o Casino estão em pé de guerra há um mês (GERMANO LURDES/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2011 às 17h17.

São Paulo - Reportagem da revista britânica The Economist publicada ontem em sua página na internet afirma que o grupo francês Casino "se sente traído" pelo empresário e sócio Abílio Diniz, que nesta semana anunciou uma proposta de fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour Brasil. Conforme a revista, o Casino estava a ponto de tomar o controle da "maior varejista em um dos mercados mais aquecidos do mundo", mas pode acabar como um acionista minoritário. "O Casino provavelmente vai levar suas queixas diante da imprevisível Justiça brasileira", diz o texto.

A reportagem cita que o acordo em vigor entre Casino e Pão de Açúcar prevê a opção de os franceses obterem o controle do grupo brasileiro no ano que vem. Mas, afirma a revista, desde que as negociações de Diniz com o Carrefour foram descobertas, no mês passado, o Casino e o empresário estão em pé de guerra. "O Casino alega que as negociações entre Diniz e o Carrefour são ilegais."

No texto, a revista detalha a negociação a respeito da eventual fusão. Conta que a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD, Grupo Pão de Açúcar) e o braço brasileiro do Carrefour formariam a holding Gama, capitalizada pelo BNDESPar, braço de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. De acordo com a The Economist, o acordo é atrativo porque a nova companhia poderia ter vendas de até R$ 69 bilhões, já que CBD e Carrefour são, respectivamente, líder e segundo colocado no setor varejista brasileiro. Além disso, a revista cita a aquecida economia brasileira e diferencia o Brasil dos outros países emergentes por ser uma democracia estável.

A revista informa que as autoridades brasileiras estão preocupadas com o fato de o Brasil ser um país com exportação baseada em commodities (matérias-primas). Por isso, afirma o texto, "as autoridades têm o interesse em criar campeões nacionais em outros setores, mesmo que parcialmente controlados por estrangeiros".

A reportagem ainda cita a possibilidade de o Walmart, terceira maior rede varejista no Brasil, entrar na briga pelo Carrefour Brasil, o que enfraqueceria o líder Pão de Açúcar. A eventual fusão deve ser julgada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e as duas empresas, segundo a publicação, teriam de se desfazer de lojas em São Paulo, onde elas dominam o mercado.

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