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Greve provoca queda de 8,5% na produção da Petrobras

O número corresponde a 6,5% da produção diária antes do começo da greve


	Greve dos petroleiros: o número corresponde a 6,5% da produção diária antes do começo da greve
 (Reuters)

Greve dos petroleiros: o número corresponde a 6,5% da produção diária antes do começo da greve (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2015 às 06h09.

São Paulo - A produção de petróleo no Brasil teve queda de 8,5 % ontem (3), segundo nota divulgada às 21h56 pela  Petrobras. Este percentual representa 178 mil barris de petróleo da produção diária da companhia.  Na avaliação da empresa, o resultado mostra que a greve dos petroleiros, coordenada pelas entidades sindicais, ainda afeta as operações.

A Petrobras destacou que está adotando ações para reduzir os impactos do movimento grevista e espera, no fechamento desta quarta-feira que a produção no Brasil apresente uma redução de 140 mil barris de petróleo.

O número corresponde a 6,5% da produção diária antes do começo da greve. “A Petrobras continua tomando as medidas necessárias para garantir a manutenção de suas atividades, preservando suas instalações e a segurança de seus trabalhadores”, informou a companhia.

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou hoje (4) que faz acompanhamento permanente do mercado de combustíveis e até o momento não identificou falta de abastecimento por causa da greve dos petroleiros. A ANP garantiu, no entanto que “se houver desabastecimento, estudará as medidas a serem tomadas”.

Na Bacia de Campos, o número de unidades marítimas em greve subiu para 47, de acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP). Houve adesão dos trabalhadores da sonda P-16 e da plataforma PCP-2.

A paralisação atinge também o Terminal de Cabiúnas, em Macaé, no norte fluminense. A FUP informou, ainda, que 28 plataformas e três UMS (unidades de manutenção e serviço) estão com as atividades completamente paralisadas. Em sete, a produção é parcial e, em nove as operações estão sendo feitas por equipes de contingência da Petrobras.

O técnico de operação da P-58, Wallace Ouverney, disse que a plataforma chegou a operar com apenas 60% da capacidade de produção, no período de 24 horas, a partir de domingo, quando começou a greve dos petroleiros no estado. Conforme Ouverney, por dia, a plataforma produz 130 mil barris de petróleo.

Situação na Reduc

A Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, na Baixada Fluminense, está com a produção reduzida, devido à diminuição da extração de petróleo em algumas plataformas da companhia na Bacia de Campos, no Norte Fluminense, no quarto dia da greve dos petroleiros. A Reduc fabrica gasolina, óleo diesel, óleo lubrificante, querosene de aviação e parafina, os principais subprodutos do petróleo, num total de 54 produtos diferentes.

O carregamento de coqui – um tipo de carvão que sobra do resíduo do petróleo e é usado para abastecer os fornos de produção de cimento – não está sendo entregue na refinaria pelos caminhões, que não conseguem entrar  devido à paralisação dos petroleiros.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias, Simão Zanardi, a Reduc produz 240 mil barris de petróleo/dia e baixou a produção para 210 mil barris/dia pela redução de petróleo que chega pelos dutos que vêm direto das plataformas na Bacia de Campos, norte fluminense.

“Zanardi disse que a Transpetro, responsável pela logística de transporte de gás por dutos do Rio de Janeiro para Belo Horizonte está com a distribuição reduzida, “porque o Rio de Janeiro é um alto polo de consumo e na tentativa de reduzir esse impacto na produção, a Refinaria Gabriel Passos [em Betim, Minas Gerais] está enviando gasolina diretamente por dutos para o Rio”.

Na avaliação de Zanardi, caso a greve dos petroleiros permaneça até a próxima segunda-feira (9), poderá faltar gasolina e gás natural, porque a prioridade é abastecer empresas e usinas termelétricas.

Ele disse que as equipes de contingenciamento que operam a refinaria estão com aproximadamente 200 petroleiros e que a Reduc opera com 600 trabalhadores normalmente e “há operadores que estão na refinaria há 96 horas, dormindo no trabalho, sem ir para casa”.

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