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Grandes empresas terão que buscar alternativas ao BNDES

Afirmação foi feito pelo futuro ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, senador Armando Monteiro Neto


	Novo ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro: objetivo é garantir um maior acesso das pequenas e médias empresas aos recursos do banco estatal
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Novo ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro: objetivo é garantir um maior acesso das pequenas e médias empresas aos recursos do banco estatal (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 05h59.

Brasília - O futuro ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE), indicou nesta segunda-feira que deve haver uma mudança no papel do BNDES no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, para garantir um maior acesso das pequenas e médias empresas aos recursos do banco estatal.

Monteiro é o terceiro novo ministro a ser anunciado pela presidente Dilma após sua reeleição e sua nomeação só foi costurada com o PTB nesta segunda-feira, apesar de sua escolha ser conhecida desde a semana passada.

"Na perspectiva do novo modelo de financiamento que nós queremos ver implantado, precisa ampliar o acesso das médias e pequenas empresas a esses instrumentos de financiamento (público), o que significará que você poderá atender à demanda das grandes empresas crescentemente através de outros mecanismos de financiamento", disse o senador a jornalistas no Palácio do Planalto.

Joaquim Levy, que assumirá o ministério da Fazenda, já havia indicado que o papel dos bancos públicos deve mudar, com redução dos repasses do Tesouro Nacional. Levy e Nelson Barbosa, que assumirá o Ministério do Planejamento, foram os primeiros novos ministros anunciados pelo Palácio do Planalto, na quinta-feira, juntamente com Alexandre Tombini, que ficará no comando do Banco Central.

Monteiro disse que o ideal é que o país "estimule a criação de um mercado de financiamento a prazo longo com os agentes privados, porque evidentemente o BNDES não pode suportar sozinho toda a demanda de financiamento do país".

O Tesouro Nacional transferiu para os bancos públicos, principalmente o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cerca de 450 bilhões de reais nos últimos anos. Monteiro disse que o BNDES cumpriu um papel importante durante a política anticíclica adotada pelo governo federal para animar o investimento no país, "mas evidentemente que as políticas têm de ser sempre reavaliadas à luz das novas condições da economia brasileira", argumentou.

"O BNDES em qualquer circunstância terá sempre um orçamento importante, porque o próprio retorno das operações ativas já garante ao banco um orçamento expressivo", afirmou. Monteiro, que substituirá Mauro Borges no Ministério de Desenvolvimento, disse que ainda está sendo analisada a possibilidade de mudança na presidência do BNDES, atualmente comandada por Luciano Coutinho.

"Nesse momento essa é uma questão (a sucessão no BNDES) que está sendo analisada. Essa questão será definida agora, ainda neste ano, mas não sei ainda qual será a solução", disse ele.

COMPETITIVIDADE

Armando Monteiro Neto disse que o objetivo de Ministério do Desenvolvimento é aumentar a competitividade brasileira, principalmente da indústria, mas disse que no momento macroeconômico não é possível falar em redução de impostos.

"O reequilíbrio macroeconômico é condição fundamental para o fortalecimento da confiança dos agentes econômicos e da retomada de um crescimento mais vigoroso, que deve ter como principais objetivos o aumento dos investimentos, das exportações e da produtividade", disse.

Ele defendeu "reformas microeconômicas de reduzido impacto fiscal" para ajudar a indústria brasileira a ser mais competitiva.

"Crescer pela indústria é sempre o melhor caminho", disse o senador, que já foi presidente Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ele reconheceu que a taxa de câmbio tem prejudicado às exportações brasileiras, mas se disse confiante em um realinhamento cambial natural, com o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos.

Ele também se mostrou otimista com a possibilidade do Mercosul fechar um acordo de comercial com a União Europeia nos próximos meses. 

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