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Grande negócio é o que tem razão social e não apenas lucro

A ideia foi uma das que norteou o evento sobre empreendedorismo social da ong Ashoka que contou com Natura, Instituto Alana e Play to Call

Natura: para Guilherme Leal, cofundador da empresa, a necessidade é a grande mãe da criação (EXAME.com)

Tatiana Vaz

Publicado em 17 de junho de 2016 às 19h42.

São Paulo – Quando criança, o sonho de Guilherme era ser pipoqueiro da fazenda que seu pai ainda nem possuía. Ana Lúcia queria ser livre e fazer com que todos fossem também e Edgard tinha no mar a ideia de desbravar e mudar o mundo.

Hoje, adultos e no comando de três de alguns dos negócios de maior reconhecimento social e ambiental dentro e fora do país, Guilherme Leal , co-presidente do conselho da Natura , Ana Lúcia Villela, do Instituto Alana, e Edgard Gouveia Junior, fundador do Play the Call, se dizem realizados. Mas ainda não satisfeitos.

“Há ainda muito a ser feito na Natura, na maneira de se fazer capitalismo e na sociedade”, disse Leal, no evento promovido pela Ashoka Brasil, na manhã de hoje, em São Paulo.

A rede global de empreendedores sociais reuniu os três empresários e parceiros da ong para falar sobre como o mundo precisa de mais agentes de mudanças na sociedade – pessoas como eles.

Para tanto, contaram um pouco da sua história. Ana Lúcia, herdeira e uma das maiores acionistas da holding Itaú , formou-se em pedagogia ao mesmo tempo em que cursou economia, por uma condição da família, antes de fundar o instituto de proteção à infância.

“Comecei questionando por que as crianças, segundo as propagandas, seriam apenas legais ou melhores se comessem ou tivessem tal produto”, contou ela.

Montou, então, o instituto que trabalha firme nas questões de marketing infantil, além de conter projetos nas áreas de educação, cultura e assistência social, as três bases para que melhorias surjam, segundo ela.

“Os valores democráticos já estão nas crianças, são elas que nos ajudam a repensar a sociedade”, afirmou. “É preciso trabalhar para que elas tenham espaço para isso”.

Cenário propício

Já Guilherme, filho de uma família de classe média, creditou a perda de seu emprego em uma estatal ao primeiro grande passo em sua trajetória empreendedora.

“A necessidade é a grande mãe da criação”, disse.

Na época seus dois filhos eram pequenos e ele não sabia o que queria fazer, apesar da certeza de não querer ser funcionário público por toda a vida.

“Por querer fazer diferente, me envolvi com grupos de empresários que disseminavam a cultura de olhar os impactos dos sociais e ambientais dos negócios”, lembrei.

Essa mesma sede de transformar foi o que incentivou Edgard a fundar a Play to Call, jogo que mobiliza bilhões de pessoas no mundo todo no intuito de criar empatia e interação social.

Arquiteto e urbanista, ele é hoje conhecido mundialmente por seus projetos de protagonismo juvenil que tem a brincadeira como essência. Além de cofundador do Instituto Elos é professor da Universidade Monte Serrat, em Santos, do Youth Initiative Program e do Master Sustainability Leadership, ambos na Suécia.

Frutos de lugares, classes sociais e experiências de vida tão distintas, tanto Leal quanto Maria Lúcia e Edgard têm em comum a opinião de que o brasileiro já nasce empreendedor.

“Basta um ambiente propício para isso”, afirmou Edgard.

As criações de negócios focados em melhorias sociais – apenas a Ashoka conta com 3200 empreendedores sociais no mundo – só tendem a ganhar espaço, neste contexto.

“As empresas finalmente entendem que é preciso ter uma razão social e não apenas gerar lucro para si própria”, apontou Guilherme.

No futuro, concordam os três, nenhuma companhia sobreviverá se não tiver essa premissa intrincada em sua estratégia. Eles, esperam, colherão as melhorias que plantaram hoje.

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“Há ainda muito a ser feito na Natura, na maneira de se fazer capitalismo e na sociedade”, disse Leal, no evento promovido pela Ashoka Brasil, na manhã de hoje, em São Paulo.

A rede global de empreendedores sociais reuniu os três empresários e parceiros da ong para falar sobre como o mundo precisa de mais agentes de mudanças na sociedade – pessoas como eles.

Para tanto, contaram um pouco da sua história. Ana Lúcia, herdeira e uma das maiores acionistas da holding Itaú , formou-se em pedagogia ao mesmo tempo em que cursou economia, por uma condição da família, antes de fundar o instituto de proteção à infância.

“Comecei questionando por que as crianças, segundo as propagandas, seriam apenas legais ou melhores se comessem ou tivessem tal produto”, contou ela.

Montou, então, o instituto que trabalha firme nas questões de marketing infantil, além de conter projetos nas áreas de educação, cultura e assistência social, as três bases para que melhorias surjam, segundo ela.

“Os valores democráticos já estão nas crianças, são elas que nos ajudam a repensar a sociedade”, afirmou. “É preciso trabalhar para que elas tenham espaço para isso”.

Cenário propício

Já Guilherme, filho de uma família de classe média, creditou a perda de seu emprego em uma estatal ao primeiro grande passo em sua trajetória empreendedora.

“A necessidade é a grande mãe da criação”, disse.

Na época seus dois filhos eram pequenos e ele não sabia o que queria fazer, apesar da certeza de não querer ser funcionário público por toda a vida.

“Por querer fazer diferente, me envolvi com grupos de empresários que disseminavam a cultura de olhar os impactos dos sociais e ambientais dos negócios”, lembrei.

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Arquiteto e urbanista, ele é hoje conhecido mundialmente por seus projetos de protagonismo juvenil que tem a brincadeira como essência. Além de cofundador do Instituto Elos é professor da Universidade Monte Serrat, em Santos, do Youth Initiative Program e do Master Sustainability Leadership, ambos na Suécia.

Frutos de lugares, classes sociais e experiências de vida tão distintas, tanto Leal quanto Maria Lúcia e Edgard têm em comum a opinião de que o brasileiro já nasce empreendedor.

“Basta um ambiente propício para isso”, afirmou Edgard.

As criações de negócios focados em melhorias sociais – apenas a Ashoka conta com 3200 empreendedores sociais no mundo – só tendem a ganhar espaço, neste contexto.

“As empresas finalmente entendem que é preciso ter uma razão social e não apenas gerar lucro para si própria”, apontou Guilherme.

No futuro, concordam os três, nenhuma companhia sobreviverá se não tiver essa premissa intrincada em sua estratégia. Eles, esperam, colherão as melhorias que plantaram hoje.

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