Gol quer Varig com 4,5 mil funcionários até fim de 2008
Contratações acompanharão plano de expansão no mercado internacional
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
A nova Varig deve chegar ao fim de 2008 com 33 aeronaves e cerca de 4,5 mil funcionários, de acordo com Constantino de Oliveira Júnior, presidente da Gol, que anunciou a compra da companhia no início desse mês. A expansão da frota e as contratações acompanharão o plano de retomada gradual das operações da Varig nos mercados doméstico e internacional.
O objetivo da Gol é fazer com que a Varig chegue já ao fim de 2007 com 22 aeronaves e cerca de 3,5 mil funcionários. "Estamos procedendo com a seleção das pessoas que irão compor o grupo de colaboradoras para iniciar as rotas internacionais", afirmou o presidente da companhia, que dará preferência a ex-funcionários da Varig. Hoje a Varig possui cerca de 2 mil colaboradores.
A nova Varig deve herdar a meta de baixo custo da nova controladora, porém com foco em um serviço mais completo, que atenda o cliente "premium", como define a Gol. As rotas domésticas, operadas por aeronaves Boeing 737, terão como base os aeroportos de Congonhas e Guarulhos, em São Paulo, e Santos Dumont e Galeão, no Rio de Janeiro. No mercado internacional, a Varig voará com Boeings 767 e duas classes de serviço. Sob a nova gestão e estratégia, as operações domésticas devem chegar a um break-even ( equiparação da receita aos custos) em três meses após seu início, enquanto as viagens de longa distância levarão entre quatro e seis meses para equilibrarem as contas. "A partir de maio, esperamos que a Varig alcance o mesmo grau de eficiência da Gol", declara Constantino.
Segundo a Gol, ainda estão sendo estudadas as melhores opções de rotas internacionais para a nova operação da Varig. A prioridade será dada à Cidade do México, no México, e e à Europa. "Vários destinos europeus estão sendo analisados", afirma Constantino. Na América do Sul, a Varig chegará a Bogotá, Caracas, Santiago e Buenos Aires - nesses últimos, concorrerá inclusive com a Gol. A retomada das rotas internacionais deve levar cerca de 12 meses, nos planos da Gol - mas é preciso ainda que a companhia consiga uma expansão do prazo concedido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que estipulou data máxima como 18 de junho. Além da nova estratégia, a Gol prepara também uma ofensiva para reerguer a Varig, que incluirá negociações com fornecedores e uma campanha para tornar a Varig confiável aos olhos dos consumidores.
Com a incorporação da Varig, a Gol pretende chegar ao fim de 2007 com 102 aeronaves, número que deve subir a 119 em 2008 e 121 em 2009. Neste ano, a receita da aérea deve chegar a 6,1 bilhões de reais, na estimativa da própria companhia, frente a um total de 3,8 bilhões de reais no ano passado.
No primeiro trimestre deste ano, a Gol já soma uma receita líquida de 1,04 bilhão de reais, 20,7% superior à registrada no mesmo período do ano passado. A empresa não pôde comemorar, no entanto, o lucro líquido conseguido entre janeiro e março: a crise do setor aéreo abateu as contas e derrubou o resultado em 43%, para 91,5 milhões de reais. Segundo Constantino Júnior, a greve dos controladores aéreos e os constantes fechamentos no aeroporto de Congonhas por conta das más condições de pista custaram 110 milhões de reais à companhia, por meio de perdas de 80 milhões de reais na receita das vendas de passagens e de um aumento de 30 milhões nas despesas com combustíveis e pessoal. A Gol voa atualmente para 57 destinos no Brasil e na América do Sul, com 66 aeronaves e realiza 630 vôos por dia.