GM muda comando para voltar à bolsa
Presidente da montadora americana deixa cargo antes do previsto e afirma que "dever foi cumprido"
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
São Paulo - A troca de comando na cúpula da GM, anunciada nesta quinta-feira (12/8), é o primeiro passo para que a maior montadora dos Estados Unidos retorne à bolsa de valores. Daniel F. Akerson, membro do conselho, assume a presidência da empresa a partir de 1º setembro, no lugar de Edward E. Whitacre Jr. Akerson é também diretor do Carlyle Group, o gigante fundo de private equity -- o que poderá atrair mais investidores para a montadora americana.
Whitacre, que foi indicado pelo presidente Barack Obama em dezembro de 2009 para reerguer a companhia, afirmou que a GM deseja separar sua imagem do governo, algo que os executivos da empresa dizem prejudicar a marca entre os consumidores. Hoje, o governo detém 61% da empresa e só poderá recuperar os empréstimos se ela voltar à bolsa. O sucesso da oferta de ações da montadora -- que começa a preencher a papelada para a oferta nesta sexta-feira -- poderá levá-la novamente a uma posição confortável no mercado. Depende apenas do ânimo dos investidores para arriscar novamente na empresa.
Quando Whitacre foi nomeado, já estava definido que ficaria no cargo até o final do ano com a tarefa de recuperar a posição da GM no mercado. A saída do executivo antes do prazo, porém, dá espaço para que Akerson antecipe os planos de reconduzi-la ao mercado de capitais -- o próximo passo da reestruturação da companhia. Assim, a montadora poderá quitar suas dívidas de 43 bilhões de dólares com o governo americano.
Resultados
A GM começa a dar amostras que tem forças para retomar o posto de maior montadora do mundo. Depois de amargar uma concordata em junho de 2009, a companhia registrou lucro de 1,3 bilhão de dólares no segundo trimestre do ano ante um prejuízo de 13 bilhões de dólares no ano passado. O resultado trimestral é o segundo de alta consecutiva desde 2004 -- no primeiro trimestre a montadora teve lucro de 865 milhões de dólares.
As boas margens se devem, em parte, à administração de Whitacre. Por isso, sua renúncia antecipada surpreendeu o mercado. "Acredito que cumprimos o que tínhamos de fazer", disse ele, em entrevista ao jornal The New York Times. Whitacre, no entanto, continua na empresa no cargo de presidente do conselho de administração.
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