Negócios

Walmart contrata 235 mil e fica ainda maior na pandemia

O comércio eletrônico foi o principal destaque, mas varejista sofre com estoques baixos de produtos básicos por causa da pandemia do novo coronavírus

Walmart: maior varejista do mundo contrata 235.000 pessoas (Justin Sullivan / Equipe/Getty Images)

Walmart: maior varejista do mundo contrata 235.000 pessoas (Justin Sullivan / Equipe/Getty Images)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 20 de maio de 2020 às 13h06.

Última atualização em 20 de maio de 2020 às 13h34.

A maior varejista do mundo em vendas pode ficar ainda mais poderosa com a pandemia do novo coronavírus. O Walmart atingiu receitas de 134,6 bilhões de dólares no trimestre encerrado em abril, quase 11 bilhões de dólares a mais ou alta de 8,6% em relação ao ano anterior.

O comércio eletrônico, assim como para outras varejistas, foi o principal destaque: as vendas online cresceram 74% no período, refletindo justamente o início do surto nos Estados Unidos. 

Ao contrário de rivais como a Amazon, o Walmart tem uma rede extensa de 5.000 lojas físicas no país. As vendas em mesmas lojas cresceram 10%. Isso permite a oferta de diversas opções de entrega, como retirada em loja ou delivery. Os supermercados também podem servir como pequenos centros de distribuição para as compras feitas pela internet.

"Nossa estratégia multicanal, permitindo que os consumidores comprem de formas flexíveis e sem fricção, está construída para servir às necessidades dos consumidores durante essa crise e no futuro", disse o presidente Doug McMillon em comunicado. 

No Brasil, a operação do Walmart foi comprada pelo fundo de investimento Advent e mudou de nome para Grupo Big e é a terceira maior rede de supermercados do país. Há um ano, a empresa, ainda usando a bandeira Walmart, anunciou a saída do comércio online, na contramão dos concorrentes. Agora estuda a volta ao digital

Embora as visitas aos mercados tenham ficado menos frequentes, consumidores gastam cerca de 17% mais a cada compra. Um processo semelhante aconteceu nos supermercados brasileiros.

Desde o início da pandemia, o Walmart contratou 235.000 novos colaboradores para dar conta do aumento da demanda. 

"Para muitos itens, estamos vendendo em 2 ou 3 horas o que normalmente vendemos em dois ou três dias", disse McMillon em relação a produtos como papel higiênico, produtos de limpeza e alimentos básicos, em teleconferência sobre os resultados. 

Os consumidores não limitaram suas compras a alimentos e produtos de limpeza. As vendas de TVs, videogames e roupas também cresceram em abril, impulsionando as receitas.

Com uma reputação de ter preços baixos, as lojas também se tornaram mais atraentes para os consumidores, em um momento em que os Estados Unidos lidam com uma alta taxa de desemprego. 

Nem todos os números são positivos. A varejista tem enfrentado dificuldades em manter as prateleiras abastecidas. Os custos da empresa também aumentaram. as despesas relacionadas à pandemia chegaram a 900 milhões de dólares. Desse total, 755 milhões de dólares estão relacionados a um bônus para todos os trabalhadores contratados por hora, de 2 dólares a mais por hora. Esse bônus foi estendido para os funcionários de centros de distribuição.

A empresa afirmou que providenciou máscaras, luvas e equipamentos de proteção aos funcionários, instalou barreiras de proteção nos pontos de venda e liberou acesso para consultas por telemedicina aos funcionários. O Walmart criou 139 centros de testes para covid-19 em estacionamentos de suas lojas e planeja montar outros 44 até o fim de maio.

O Walmart retirou o guidance que havia feito anteriormente, por causa do caos instaurado pela pandemia, inúmeras variáveis externas, como a incerteza de quanto tempo a pandemia e as medidas de distanciamento social devem durar. 

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusSupermercadosVarejoWalmart

Mais de Negócios

30 franquias baratas a partir de R$ 4.900 com desconto na Black Friday

Ela transformou um podcast sobre namoro em um negócio de R$ 650 milhões

Eles criaram um negócio milionário para médicos que odeiam a burocracia

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA