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Gigante chinesa avalia compra de áreas de eucalipto no Brasil

Ativos florestais são avaliados entre US$ 600 milhões e US$ 700 milhões e atraíram investidores locais e estrangeiros

Estatal chinesa, que contratou o banco Modal como assessor financeiro, ainda não definiu como vai estruturar a operação (Stock.Xchange/Thinkstock)

Estatal chinesa, que contratou o banco Modal como assessor financeiro, ainda não definiu como vai estruturar a operação (Stock.Xchange/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 08h27.

São Paulo - A siderúrgica francesa Vallourec, que produz tubos de aço, colocou à venda fazendas com plantação de eucalipto em Minas Gerais que somam 230 mil hectares.

Os ativos florestais são avaliados entre US$ 600 milhões e US$ 700 milhões e atraíram investidores locais e estrangeiros, entre eles a gigante China Forestry Group Corporation (CFGC).

A estatal chinesa, que contratou o banco Modal como assessor financeiro, ainda não definiu como vai estruturar a operação, uma vez que o Brasil tem restrição à entrada de investidores estrangeiros desde 2010, após decisão da Advocacia-Geral da União (AGU), que proibiu grupos internacionais de adquirir o controle de propriedades agrícolas.

O projeto de lei que libera a compra de terras por estrangeiros, desde que em sociedade com empresas brasileiras, está parado na Câmara após as delações dos irmãos Batista (donos da JBS) virem à tona.

Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG), relator do projeto na Câmara, disse que vai tentar uma nova frente no Senado para aprovar o projeto, que prevê maior flexibilização de investimentos de fora no País.

Diante desse impasse, fontes a par das negociações que envolvem a Vallourec afirmaram que o grupo chinês avalia se faz parceria com um grupo brasileiro para comprar as florestas ou se ficará apenas com a produção de eucaliptos. A Vallourec é assessorada pelo banco Moelis.

Outras empresas nacionais, como a Suzano, e investidores canadenses teriam olhado o negócio, mas não foram adiante, segundo fontes.

Procurados, Modal e Moelis não comentaram. A CFGC não retornou os pedidos de entrevista e a Suzano informou que não comenta rumores de mercado. A Vallourec não confirma a negociação.

As propriedades agrícolas da Vallourec estão espalhadas por Minas. A francesa utiliza a madeira para a queima para a produção de carvão vegetal para suas siderúrgicas.

Mas, com a crise global das siderúrgicas, a partir de 2015, a Vallourec anunciou uma reestruturação internacional de seus negócios.

No Brasil, a companhia desligou em 2016 dois de seus três altos-fornos - das usinas de Barreiro e Jeceaba, ambas em Minas.

O Estado de Minas concentra cerca de 30% das propriedades florestais do País, mas os ativos não têm preços competitivos por causa da logística.

No fim de 2016, a Suzano comprou as áreas florestais que somam 70 mil hectares, do grupo Queiroz Galvão no Maranhão e Tocantins.

Maior produtor de celulose do mundo, o País tem condições de atrair investimentos superiores a US$ 50 bilhões nos próximos anos, disse o advogado Aldo De Cresci, secretário da Frente Parlamentar da Silvicultura.

Mina à venda

Além das florestas, a Vallourec contratou o BTG para tentar vender sua mina - a Pau Branco, em Minas, avaliada em US$ 500 milhões, segundo fontes.

A suíça Trafigura e a Vale são apontadas como interessadas. A Trafigura não comenta. A Vale nega o interesse e a Vallourec não confirma a negociação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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