Negócios

Geru prevê crescer crédito em 70% neste ano, mesmo com PIB fraco

Boa parte dos empréstimos são de clientes tentando refinanciar dívidas com banco, geralmente as mais caras, como cartão de crédito e cheque especiais

Geru: Fintech de crédito prevê originar cerca de 600 milhões de reais em novas operações em 2019 (Leonardo Benassatto/Reuters)

Geru: Fintech de crédito prevê originar cerca de 600 milhões de reais em novas operações em 2019 (Leonardo Benassatto/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 26 de julho de 2019 às 18h59.

São Paulo — A Geru, plataforma especializada em crédito sem garantia para o varejo, prevê originar cerca de 600 milhões de reais em novas operações em 2019, o que significaria um salto de mais de 70% em relação ao realizado no ano passado, disse nesta sexta-feira o sócio-fundador e presidente da fintech, Sandro Reiss.

Segundo o executivo, a expansão maior do que a média do mercado reflete a crescente procura por linhas de financiamento com condições distintas das encontradas na rede bancária. O Banco Central anunciou nesta manhã que o estoque de crédito livre teve alta de 8,2% em junho na variação anual.

"Com o país num ciclo muito longo de baixo crescimento econômico e desemprego elevado, é comum as pessoas terem problemas que precisam de soluções diferentes das usuais", disse Reiss em entrevista à Reuters. "Por isso criamos caminhos para premiar clientes ou prevenir que entrem em inadimplência."

Entre as opções oferecidas pelo fintech estão taxas de juros menores para clientes a partir da segunda operação, antecipação ou postergação de pagamento de prestações ou ainda mudança das datas de vencimento.

Criada em 2015, a Geru faz empréstimos de 2 mil a 50 mil reais, com prazos de 12 a 36 meses e taxas mensais de 2% a 9,5%, dependendo do perfil de risco do cliente. A fintech afirma já ter feito mais de 6 bilhões de reais em empréstimos.

Boa parte dos pedidos de empréstimos são de clientes tentando refinanciar dívidas de linhas mais caras, como de cartão de crédito e cheque especial, contraídas em bancos.

Segundo Reiss, o ritmo do Geru não é maior em parte devido à prolongada fraqueza da atividade econômica do país, com altos níveis de desemprego e desalento.

"Dar crédito demais ao consumidor agora pode não ser um bom negócio", disse Reiss.

Para o executivo, as mudanças recentemente implementadas no cadastro positivo, com entrada automática das pessoas no sistema, exceto quando manifestem desejo contrário, devem ajudar a reduzir gradualmente as taxas cobradas no crédito.

"Mas isso é mais no médio prazo porque os participantes do sistema só vão incluir dados gerados a partir de agora e não há penalidade para quem não fizer", comentou.

A Geru pediu recentemente autorização do Banco Central para se tornar uma Sociedade de Crédito Direto (SCD), dentro da regulação para fintechs emitida no ano passado. Quando receber o aval, a companhia deve oferecer crédito com recursos próprios, mas seguirá operando com parceiros, disse Reiss.

Acompanhe tudo sobre:CréditoFintechs

Mais de Negócios

'Algumas situações podem ser potencializadas com IA, mas com limites', diz diretora do Dante

Construtora de residencial mais alto de BC projeta dobrar vendas em 2026

Banco da Amazônia anuncia nova unidade em São Paulo

De trailer usado a negócio de US$ 500 mil: a cafeteria móvel que virou caso de gestão lucrativa