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Fusão de Mittal e Arcelor não afetará preço de minério de ferro

Avaliação é da Vale do Rio Doce, maior produtora mundial de minério de ferro. Segundo a companhia, concentração do setor siderúrgico não dificulta negociação de preços

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A Companhia Vale do Rio Doce não teme que a fusão entre a Mittal Steel e a Arcelor, respectivamente o primeiro e o segundo maior grupo siderúrgico do mundo, dificulte a negociação dos preços do minério de ferro no mercado internacional. Para a Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, nem os produtores de matérias-primas, nem as siderúrgicas têm condições de impor sua vontade à outra parte. Mas, para a empresa, em um momento de aquecimento da demanda mundial, o que prevalece é a velha lei da oferta e demanda. "O preço do minério é determinado pelo mercado", diz Roberto Castello Branco, diretor de Relações com Investidores da Vale.

Anunciado em 25 de junho, o acordo entre a Arcelor e a Mittal criará um megaconglomerado siderúrgico, com capacidade anual de produção de 120 milhões de toneladas de aço. O volume é tão imenso que corresponde a quase quatro vezes a produção total de aço bruto no Brasil no ano passado, de acordo com o International Iron and Steel Institute. Antes do acordo, a Arcelor já era o maior cliente individual da Vale. A Mittal vinha em seguida. Em reunião com jornalistas, nesta quinta-feira (3/8), a diretoria da Vale minimizou o impacto da concentração do mercado siderúrgico, que aumentará o poder de negociação de seus clientes. "Não temos interesse em ver um setor siderúrgico fraco. Se a fusão resultar em aumento de produção de aço, melhor para todos", disse Gabriel Stoliar, diretor-executivo de Planejamento e Gestão da mineradora.

A briga entre os produtores de minério de ferro e os grupos siderúrgicos vem se acirrando. No ano passado, por exemplo, a Vale conseguiu um reajuste médio de 75% em seus preços, mas enfrentou a atuação conjunta de siderúrgicas européias, de um lado, e asiáticas, de outro, lideradas pela China. O governo chinês, principal acionista dos produtores de aço do país, também passou a interferir nas negociações.

Neste ano, a empresa obteve um reajuste médio de 19% no preço do minério fino e granulado. Em contrapartida, aceitou uma redução de 3% no preço das pelotas. Segundo a Vale, o reajuste, embora menor que o de 2005, reflete ainda o aquecimento da demanda. Na primeira metade desta década, cita a empresa, a demanda por minério de ferro cresceu à taxa média anual de 11%. Outro sinal do apetite dos clientes pelo minério é o preço do produto no mercado spot (à vista), que permanece acima dos valores de contratos de longo prazo, mesmo após o reajuste de 19%.

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