Fundo de Sam Zell planeja dobrar sua atuação no Brasil
Equity International ainda vê espaço para investir no setor imobiliário
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2012 às 19h42.
São Paulo - As perspectivas de inflação mais alta e desaceleração da economia brasileira não desanimam o megainvestidor Sam Zell. Sua empresa, a Equity International, participa do capital de seis empresas locais, mas a expectativa de Gary Garrabrant, CEO e sócio de Sam Zell na Equity, é de, pelo menos, dobrar esse número. No cenário mais otimista, a Equity pode vir a participar de 14 empresas.
“Nossa perspectiva para o Brasil continua muito entusiasta”, afirmou Garrabrant a EXAME.com. No país, o fundo de investimentos participa, basicamente, de empresas do setor imobiliário, entre elas a incorporadora Gafisa e a administradora de shopping centers BR Malls. Garrabrant prefere não dar um prazo para a expansão dos investimentos por aqui, mas uma referência é o fundo E1 da Equity – o primeiro a aplicar recursos de Sam Zell no Brasil. O E1 demorou cinco anos para investir em seis empresas.
O último investimento no Brasil foi feito em fevereiro, quando o fundo aplicou 58 milhões de dólares na GuardeAqui, empresa brasileira privada de armazenagem de móveis comerciais e residenciais.
Entre as oportunidades no país, Garrabrant listou, além do mercado imobiliário e de infraestrutura, aeroportos, esportes - atividades relacionadas a Olimpíadas e à Copa do Mundo – e infraestrutura de transportes. A empresa procura negócios dinâmicos. “O Brasil, para nós, é como os Estados Unidos nos anos 1950, 1960. Há tanto a fazer”, afirmou Garrabrant.
A Equity não está disposta a concentrar sua atenção apenas na região Sudeste, onde realizou os primeiros investimentos. “Foi o começo natural, mas agora estamos começando um segundo capítulo”, afirmou Garrabrant. Através da BR Malls e da Gafisa, o fundo foi introduzido a outras regiões do país. “As oportunidades do Brasil não estão limitadas ao Sudeste”, disse.
O CEO também destacou o papel do programa Minha Casa Minha Vida. “O projeto é muito interessante e o Brasil pode mostrar o caminho para outros países”, disse. O fundo ainda vê pontos que precisam ser melhorados, especialmente em infraestrutura. “Os estrangeiros não apreciam a complicação que ainda existe aqui”, afirmou o CEO.
Bolha
Garrabrant não acredita que o Brasil vá passar por um problema parecido com o que acometeu os Estados Unidos – e por conseqüência o mundo – em 2008. “Não vamos nos esquecer que os Estados Unidos tiveram décadas de crescente acesso fácil a capital”, afirmou. Para ele, as regras mais rigorosas para obter crédito no Brasil são um ponto positivo, nesse aspecto. “Ainda é difícil tomar empréstimos aqui, e isso é bom”, disse.
Apesar de ver muitas oportunidades, a empresa ainda não mostra pressa para investir em em aeroportos ou no setor de esportes. “Há o suficiente para fazer no setor de real state”, afirmou Garrabrant. O CEO virá ao Brasil em maio, para participar do Adit Invest.