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"Fruto proibido" do Caribe busca mercados na Europa e na China

O Pulita foi batizado em homenagem ao avô de Radhamés Rodríguez, líder do negócio que busca expandir seu produto para lugares mais distantes

Desde agosto do ano passado, cada vez que lançam um novo produto, a Artista e outras fabricantes de charutos precisam da aprovação das autoridades dos EUA (iStock/Thinkstock)

Desde agosto do ano passado, cada vez que lançam um novo produto, a Artista e outras fabricantes de charutos precisam da aprovação das autoridades dos EUA (iStock/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2017 às 06h00.

Última atualização em 14 de agosto de 2017 às 06h00.

Radhamés Rodríguez está usando um tabaco raro e um material especial para enrolar 50.000 de seus novos charutos premium, o Pulita, na República Dominicana.

Os fãs norte-americanos, porém, ficarão de fora -- o charuto de edição limitada não será vendido em nenhum lugar próximo.

Batizado em homenagem ao avô de Rodríguez, que fundou o negócio há 60 anos, o Pulita será comercializado apenas na Europa.

O motivo é que Rodríguez não quer lidar com a dor de cabeça e o custo de cumprir as novas regras aplicadas ao tabaco pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês).

“Simplesmente sai muito caro e leva muito tempo”, disse Rodríguez, vice-presidente da Tabacalera El Artista. “Em vez disso, vamos nos concentrar nos mercados alemão e italiano.”

Desde agosto do ano passado, cada vez que lançam um novo produto, a Artista e outras fabricantes de charutos precisam da aprovação das autoridades dos EUA, que custa dezenas de milhares de dólares ou mais.

O resultado? Uma queda de um terço nas vendas deste ano da fábrica da El Artista no fértil Vale do Cibao, onde se produz um dos principais charutos premium e de edição limitada do mundo.

Em todo o país caribenho os produtores são afetados pelas regras da FDA. Alguns estão reduzindo temporariamente a produção com a esperança de o governo do presidente Donald Trump revogar as medidas.

Outros estão desprezando os EUA completamente e optando por vender seus novos produtos especiais na Europa e na Ásia, onde a China está prestes a ultrapassar os EUA como maior consumidor mundial de charutos.

Vendas de charutos nos Estados Unidos e na China

Vendas de charutos nos Estados Unidos e na China (Infográfico/Bloomberg/Bloomberg)

"Fruto proibido"

Rodríguez disse que teria que pagar pela aprovação de cada um dos cinco tamanhos de Pulita que havia planejado produzir.

“O preço nos tiraria do mercado nos EUA”, disse Rodríguez.

Normalmente são apresentadas mais de mil edições especiais ou novos lançamentos todo ano, mas constituem apenas uma fração dos 315 milhões de charutos premium produzidos anualmente. Eles muitas vezes são procurados pelos fãs devido ao seu sabor único ou pelo valor comemorativo.

“As regras da FDA estão gerando uma situação tal que esses novos e excitantes charutos não estarão disponíveis nos EUA”, disse Hendrik Kelner, presidente da Associação de Fabricantes de Charutos Dominicanos e vice-presidente da Tabadom Holding, que produz os charutos da marca Davidoff. Os órgãos reguladores estão criando um novo “fruto proibido” para os fumantes dos EUA, de forma similar ao que ocorreu com os charutos cubanos.

As vendas nos EUA, que segundo projeções somarão cerca de US$ 7,9 bilhões neste ano, deverão crescer menos de 2 por cento ao ano até 2021 após uma expansão de dois dígitos observada pelo setor nos anos anteriores, segundo a Euromonitor International. Em contrapartida, a projeção para o mercado chinês é de expansão, dos US$ 7,9 bilhões deste ano para US$ 11 bilhões em 2021.

“O futuro da indústria de charutos premium dos EUA é incerto”, disse Rodríguez. “Por isso, continuaremos trabalhando duro em outros mercados nos quais não estamos sob uma ameaça tão grande.”

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