Franui: marca argentina está construindo terceira fábrica (Franui/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 16 de agosto de 2023 às 17h19.
Última atualização em 17 de agosto de 2023 às 08h33.
Nos últimos dias é provável que você tenha visto nas redes sociais um doce feito de framboesa congelada coberta com chocolate branco e preto. A Franui é uma marca argentina que desembarcou recentemente no Brasil e tem despertado a curiosidade de influenciadores e pessoas anônimas, gerando uma onda de publicações de degustação e de onde comprar. Só no Tiktok, a hashtag com o nome do produto já somou 95,8 milhões de visualizações.
Em entrevista à EXAME, o CEO Aldo Fenoglio afirmou que 1,8 mil toneladas de Franui são produzidas por ano. Ou seja, cerca de 12 milhões de potes de 150 gramas. Com a entrada no Brasil, a expectativa é crescer 30% neste ano.
Fenoglio explica que o negócio criado em 2013 pelo pai, Diego Fenoglio, começou com uma tradição familiar de produzir chocolates artesanais em Bariloche, cidade turística que atrai muitos brasileiros.
"Bariloche é uma cidade muito conhecida por seus chocolates e belezas naturais. Meu avô iniciou a tradição do chocolate que continuamos até hoje com muita paixão. Essa história hoje se reflete nesse produto que meu pai inventou em 2013, único no mundo e que se tornou conhecido no Brasil pelos turistas que nos visitam todos os anos", diz o CEO.
Tudo começou na Patagônia, mais especificamente na casa da família italiana Fenoglio, que migrou em 1948 para Bariloche, cidade no sul do país latino, e que tinha uma receita artesanal de chocolate.
As novas gerações continuaram trabalhando com chocolates. Com a morte do patriarca em 1969, o filho Diego assume o comando do negócio de chocolates. Apenas em 2013, o doce que combina framboesa com chocolate é desenvolvido e passa a ser comercializado.
"Sempre tivemos um pomar com framboesas na casa onde morei quando menino. A ideia de combinar a fruta com chocolate ocorreu ao meu pai um dia voltando do trabalho. A doçura do chocolate e a acidez da fruta geram uma combinação perfeita", diz Fenoglio.
Atualmente a marca argentina já está presente em mais de dez países. A fábrica de Bariloche abastece o mercado local e exporta o produto para países latinos como:
Desde 2020, o negócio conta com uma segunda fábrica em Valência, na Espanha, para abastecer o mercado europeu e o Oriente Médio.
"Uma terceira fábrica está sendo construída em Buenos Aires para exportamos para a América Latina com uma capacidade nove vezes maior que a atual", diz o CEO.
No Brasil, a Franui entrou através de importadores e distribuidores. De acordo com o executivo, o produto já está disponíveis em 18 estados, sendo os principais:
Algumas redes de supermercados, como St. Marche, Zaffari e Mambo, estão entre as varejistas que comercializam o produto.
Entre os aplicativos de entrega, a marca fechou uma parceria com a Rappi, que tem visto o aumento de pedidos nas entregas rápidas.
"Desde seu lançamento, já foram vendidas 60% das unidades de Franui do lote importado pelo Rappi para todo o mês de agosto. O pico de vendas chegou a 4 mil unidades de Franui comercializadas em um único dia", diz Mabel Alves, head do Rappi Turbo no Brasil.
A quantidade de produtos exportada para o Brasil não foi divulgada, mas o CEO da Franui disse que pretende triplicar o volume até o fim do ano.
Apesar dos planos de crescimento, a quantidade de produto no mercado brasileiro ainda não contempla todos os estados brasileiros e todas as grandes varejistas. Por causa da escassez e dificuldade de acesso, o produto tem despertado ainda mais curiosidade nas redes sociais.
"As pessoas que encontraram o produto no Brasil começaram a fazer vídeos de review experimentando e fazendo unboxing, o que acaba virando uma cascata de conteúdos que geram busca pelo produto", diz Bruno Portela, professor de marketing da Fundação Dom Cabral.
Movimento similar aconteceu com o hidratante labial Carmed Fini, que esgotou nas farmácias depois de viralizar no TikTok e vendeu R$ 23,5 milhões em brilho labial em um mês.
"A marca argentina que acabou de chegar no Brasil deve deve surfar a onda para conseguir mais alcance, enquanto as outras marcas devem entender o potencial das redes sociais com o TikTok, que muitas vezes é negligenciado", diz Portela.