Linha de montagem da Ford na Bahia: minério pode encarecer produção de carros (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
São Paulo - O presidente e executivo-chefe da Ford Motor, Alan Mulally, disse hoje, em São Paulo, que os preços dos automóveis devem sofrer impactos em razão dos reajustes nos preços do minério de ferro, principal insumo para a produção de aço. "É um fator de preocupação, que pode afetar os preços (dos automóveis). Estamos lidando com muito cuidado para não afetar o consumidor final", afirmou.
O presidente da Ford para o Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira, disse que é difícil mensurar o impacto da alta da commodity sobre os custos de produção dos automóveis, mas ponderou que o reajuste irá impactar todo o setor.
Mulally evitou comentar sobre possíveis revisões nos planos de investimentos da companhia no País, afirmando que "gostaria de contar primeiro ao presidente Lula". Ele irá se reunir na quinta-feira, em Brasília, com o presidente. "Estou ansioso para me reunir com Lula", limitou-se a comentar.
No final do ano passado, a Ford anunciou um plano de investimentos R$ 4 bilhões para o País entre os anos de 2011 e 2015, destinados à ampliação e modernização de quatro fábricas da montadora, localizadas em Camaçari (BA), Horizonte (CE), São Bernardo do Campo e Taubaté (SP).
O executivo destacou que, em sua primeira viagem ao País como presidente da Ford, está visitando as unidades da companhia, visando elaborar as estratégias para desenvolver e ampliar a linha de produtos para o mercado local, assim como os destinados ao mercado externo.
"Vamos ampliar nossa produção no Brasil em compasso com a crescente demanda", disse Mulally. Segundo ele, a empresa encerrou o primeiro trimestre com uma participação de 11,2% no mercado brasileiro, após uma fatia em torno de 10% registrada no ano passado.
Ele ressaltou ainda a importância do mercado brasileiro para a recuperação mundial dos resultados da companhia, a partir do terceiro trimestre do ano passado. "Recuperamos nossa lucratividade ao redor do mundo com a participação do Brasil."
Questionado sobre os impactos da volta das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os automóveis a partir deste mês, Mulally disse não prever desaceleração das vendas, em razão do "robusto mercado brasileiro".