Fora do expediente, eles criaram salestech que fatura R$ 8 mi
Fundada em 2017, gaúcha PipeRun surgiu após problemas dos sócios com a gestão de vendas num negócio anterior. De 2019 para cá, receitas multiplicaram por seis
Da Redação
Publicado em 8 de maio de 2022 às 14h28.
Última atualização em 8 de maio de 2022 às 20h01.
Os irmãos gaúchos Cezar e Osvaldo Gehm encontraram uma oportunidade ao lidar com um problemão no antigo negócio deles.
Fundadores da PipeRun, uma desenvolvedora de softwares de gestão de relacionamento com o cliente — os populares CRM.
Negócios de gestão de vendas, como os feitos pela PipeRun, são conhecidos como salestechs no jargão de empreendedores.
O negócio foi aberto em Porto Alegre, em 2017. Nos últimos três anos, as receitas multiplicaram por seis: em 2021, a PipeRun faturou 8,5 milhões de reais.
A ideia de montar um software CRM veio das dores para a gestão de clientes numa agência de comunicação digital mantida pelos irmãos até então.
A história da salestech, porém, é inspirada na própria origem familiar dos fundadores.
"Temos uma empresa de CRM graças à minha avó, que já fazia o que fazemos lá atrás, no caderninho", diz Cezar Augusto Filho, neto de proprietários de um armazém que se transformou em uma grande loja multimarcas em Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul.
Para a ideia sair do papel, o protótipo começou a ser criado para a própria agência.
Tudo desenvolvido fora do horário de expediente.
Nas madrugadas, os irmãos e o sócio Fausto Reichert aprimoraram a ferramenta e fizeram o projeto tomar forma.
"No início, fazíamos de tudo: venda, implantação, desenvolvimento, suporte, sustentação", diz Osvaldo, CTO da Piperun.
Em 2019, a startup tornou-se a atividade principal dos sócios, contando com captação de investimentos via BNDES e BRDE e participação no programa Scale Up Endeavor, rede de apoio a empreendedores.
Além de um amplo conteúdo disponível gratuitamente — como e-books, webinars e templates —, foi criado a PipeRun Academy, com cursos online sobre o tema.
A demanda pela PipeRun se deve a uma carência no mercado de médias empresas brasileiras: a falta de sistematização do CRM e da gestão do funil de vendas para esse tipo de cliente.
“As ferramentas nacionais que existem não oferecem a customização que esse mercado pede. Por outro lado, existem soluções do exterior que trazem isso, mas são muito complexas, caras e inflexíveis”, diz Cezar, CEO da PipeRun.
Com uma rede com 400 empresas parceiras, mais de 1 mil empresas clientes e 8 mil usuários diários na plataforma, a startup planeja expansão no mercado nacional.
“Nossa estimativa é ter economizado mais de 300 mil horas de trabalho burocrático para equipes de vendas que utilizam a PipeRun. Mas ainda estamos no começo, considerando o tamanho do mercado e a possibilidade de ajudar milhares de companhias”, diz Cezar.
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