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Fintech para entregadores de apps, Trampay capta R$ 6 milhões para expandir produtos financeiros

A startup conta com 13 mil entregadores ativos que usam a conta digital para receber os salários; o objetivo é chegar aos 40 mil até dezembro

Vitor Quaresma, Jorge Junior e Tiago Ribeiro, da Trampay: vamos crescer mais de 10 vezes este ano (Trampay/Divulgação)
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 28 de abril de 2023 às 11h53.

Última atualização em 28 de abril de 2023 às 12h35.

Fintech de impacto, a Trampay levantou R$ 6 milhões de reais em rodada pre-seed. A startup brasiliense chegou ao mercado em 2020 e oferece conta digital e produtos financeiros para profissionais informais, em especial motoboys e entregadores de plataformas de delivery.

Do montante, R$ 5 milhões foram obtidos por meio de um FIDC (Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios) da Cedro Capital, gestora que concentra os recursos em negócios empreendedores de estados do Centro-Oeste, Minas Gerais e Tocantins.O R$ 1 milhão restante foi captado com negociação de equity. Metade veio do braço de venture capital da Cedro e metade de investidores-anjo.

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A entrada dos recursos vai permitir que a fintech comece a escalar o seu principal produto, a antecipação de recebíveis. O serviço foi lançado há pouco mais de 7 meses e possibilita que os profissionais solicitem antecipadamente parte do valor que têm a receber das empresas e plataformas para as que prestam serviços.

Como o funciona o negócio da Trampay

A Trampay funciona no modelo B2B2C e fecha acordo com empresas que empregam esses profissionais. Nesta cadeia de negócios, apesar da fama de operadores como iFood e Rappi, há outras muitas empresas atuando.Hoje, a startup conta com 13 mil entregadores ativos que usam a conta digital para receber os salários.Sem muitos recursos, a Trampay habilitou a antecipação de recebíveis para 15% desse total, cerca de 2 mil pessoas.

Desde o lançamento do produto, mais de 80 mil pedidos foram feitos, movimentando R$ 8 milhões. A demanda pela antecipação atende à falta liquidez financeira dos entregadores. “A falta de dinheiro é o principal problema, é o que não deixa eles dormir”, afirma Jorge Junior, cofundador e CEO da Trampay.

Em sua maioria, os pedidos são para custear gastos com alimentação, contas de casa e combustível. O tíquete médio das requisições fica em torno de R$ 120,00, mas a startup está acostumada a receber demandas de R$ 20,00.

Com o dinheiro no caixa, a startup pretende ainda investir em tecnologia, dando mais robustez ao seu sistema, e colocar novos produtos no mercado, como financiamento de motocicletas. A estratégia é virar uma plataforma one-stop-shop para os entregadores, oferecendo serviços para diversas ocasiões.

Atualmente, além dos produtos financeiros, a Trampay atua como um marketplace oferecendo descontos em estabelecimentos parceiros em saúde, educação, vestuário etc. Conta também com um ponto de apoio em Brasília, espaço onde os profissionais encontram água, descanso e podem levar guardar e esquentar a comida.

Quais os novos objetivos

O novo impulso fortalece a estratégia da Trampay de fechar o ano com mais de 40 mil entregadores na base, mais do que o dobro do número atual. O número, no entanto, representa cerca de 10% da categoria no país, o que mostra o potencial de crescimento da plataforma. De acordo com Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), o Brasil conta hoje com 386 mil entregadores de plataformas de delivery.

O resultado ajudaria a alavancar o faturamento para R$ 3 milhões, crescimento de 10 vezes em relação ao valor registrado no ano passado.

Apesar do recente aporte, a startup já está em conversas com outros fundos nacionais e internacionais. Na mesa, segundo Junior, valores que somados por chegar a R$ 300 milhões. “Fechar o primeiro acordo é importante para colocar as coisas na rua. A partir disso, a gente já conseguiu somar outros atores no mercado”, diz.

Ele criou a startup com os sócios Vitor Quaresma, CTO, Ribeiro CCO. Filho de um office boy e de uma professora, Junior teve a ideia de empreender atendendo trabalhadores informais após experiências em associações de classe. De um lado, via profissionais com benefícios e condições estruturadas; do outro, a ausência de recursos.

No início da pandemia de Covid-19, com os entregadores na linha de frente, os três bateram o martelo sobre o público com o qual desejavam falar.

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