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Filmes brasileiros também surfam na onda da classe C

Esforço dos produtores de criar filmes que agradem à nova classe média dá sinais de sucesso

Nosso Lar: filme arrecadou 36 milhões de reais até 28 de novembro (DIVULGAÇÃO)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2010 às 05h00.

São Paulo - Entre as explicações dos especialistas para o crescimento do cinema brasileiro, estão a profissionalização do setor, a temática dos filmes e o crescimento das classes C e D. "O cinema brasileiro é muito unido ao público C e D e, agora, esse público está em condições de consumir cinema. Esse público no Brasil só é atingido por títulos nacionais ou grandes lançamentos estrangeiros", Sérgio Almeida, diretor da Filme B, uma consultoria especializada na indústria cinematográfica.

Manoel Rangel, diretor-presidente da Ancine, destaca a melhor qualidade técnica dos filmes, a organização e profissionalização dos agentes do setor, um calendário de lançamentos mais estratégico, uma política pública voltada para o desenvolvimento articulado do setor e a realização de filmes que caem no gosto dos espectadores. Para o sócio-diretor da distribuidora Paris Filme, Marcio Fraccaroli, a temática colaborou.

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"Há uma abundância maior de recursos. Talvez nunca tenha existido na história do cinema brasileiro tanto recurso como agora", diz Maurício Andrade Ramos, diretor geral da produtora Videofilmes que tem, entre suas produções, Entreatos de João Moreira Salles e Central do Brasil de Walter Salles. Mesmo produtoras mais segmentadas estão sendo beneficiadas por esse momento.

Dificuldades persistem

As dificuldades do mercado continuam "imensas", segundo Ramos, e é possível que um sucesso de dez milhões de espectadores não se repita nos próximos anos. Mesmo assim, a perspectiva do mercado para os próximos anos é de crescimento acelerado, especialmente por causa da programação de lançamentos de shoppings – que sempre vêm acompanhados de mais salas de cinema. Nesse ano a rede de exibição mexicana Cinépolis desembarcou no Brasil, ampliando o leque de salas.

Apesar das especulações, o crescimento de receitas do cinema nacional é real. Por enquanto, 2010 registra um crescimento de 37% em renda em relação a todo o ano de 2009 – e de 160% em relação a 2008. Apesar dos temas reconhecidamente mais atrativos, o cinema segue sendo um investimento arriscado. Para o diretor de marketing da Zazen, James D’Arcy, que produziu o Tropa de Elite 2, "se tivesse uma fórmula, todo mundo fazia sucesso". E, claro, se os criadores de Tropa de Elite possuem essa fórmula, a deixaram bem guardada em algum cofre do Bope.

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