Filho do fundador da Schincariol;assume gestão

A fabricante de bebidas Schincariol será comandada por Adriano Schincariol, filho mais velho de José Nelson - o fundador da empresa, assassinado em setembro do ano passado. Desde a morte do pai, Adriano já era apontado como o seu mais provável sucessor.

No anúncio feito oficialmente nesta quarta-feira (17/3), a Schincariol também afirmou que deixará de ter um colegiado - grupo formado pelos dez diretores da empresa, além de outros parentes envolvidos na gestão que costumavam se reportar ao fundador - para ter um conselho consultivo. A nova estrutura, que terá a função de analisar oportunidades de negócio para o grupo, será composta por oito executivos da empresa, além de dois conselheiros que serão recrutados no mercado e deverão ter seus nomes revelados dentro de um mês .

Francisco Flora, o atual diretor comercial da empresa, deixará o cargo, e é o primeiro nome já confirmado para participar do conselho. Seu lugar será ocupado por José de Assis Carvalho, executivo da casa, que assumirá também a diretoria de marketing. "Queremos cada vez mais profissionalizar a nossa gestão, mas sempre que pudermos vamos aproveitar as pessoas que já estão conosco", afirmou Adriano. As mudanças também passam por dar mais autonomia operacional e financeira para cada uma das diretorias da empresa.

Investimentos

Adriano também afirmou que até o final deste ano a empresa terá definido a cidade da região norte que abrigará a sua oitava fábrica. Até agora, a candidata mais cotada para receber os investimentos de cerca de 170 milhões de reais, é Belém.

Segundo Luiz Claudio Taya, gerente de marketing do grupo, a Schincariol já ocupa a primeira posição no mercado do nordeste com uma participação de mercado de 27,9% para a Nova Schin. Só na Bahia, diz ele, esse percentual chega a 35,4%.

A sexta fábrica da empresa, na cidade de Igrejinha, no Rio Grande do Sul, começou a ser construída no início deste mês, e também consumirá um volume de recursos semelhante. A unidade, segundo Adriano, terá capacidade instalada para produzir anualmente 150 milhões de litros de cerveja e 67,5 milhões de litros de refrigerantes, águas e sucos.

A Schincariol tem uma capacidade anual de produção de 1 bilhão de litros de refrigerantes, águas e sucos e de 2,1 bilhões de litros de cerveja. Em agosto deste ano, quando inaugurar uma nova linha de engarrafamento na fábrica de Itu, em São Paulo, resultado de um investimento de 20 milhões de reais, o volume de cerveja que a Schincariol estará apta a produzir crescerá para 2,7 bilhões de litros. Antes do lançamento da Nova Schin, em setembro de 2003, a capacidade ociosa das fábricas da empresa, segundo Adriano, era alta. "Hoje, estamos usando cerca de 95% da nossa capacidade instalada".

A Schincariol tem planos de investir mais em outros segmentos de mercado, além da cerveja. "Vamos trabalhar as nossas marcas e lançar novos produtos", diz Adriano. A participação de mercado da Schincariol em refrigerantes passou de 2% para 2,7% no último ano . "É uma fatia muito pequena", diz ele.

Em 2003, a Schincariol faturou 1,74 bilhão de reais, receita 93% superior à de 2002.

Zeca Pagodinho e Ambev

Ao comentar a debandada sem aviso prévio de seu garoto-propaganda, o cantor Zeca Pagodinho, para o lado da concorrência, Adriano disse que a Schincariol irá processar o artista e a Ambev. "Vamos cobrar a multa pela quebra do contrato, além de ajuizar uma ação por perdas e danos", disse Vinícius Camargo Silva, advogado da Schincariol. Camargo não quis informar o valor da multa estabelecida no contrato ou o cachê que o cantor teria recebido pela empresa, mas disse que essas informações serão reveladas em breve.