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Fila de navios do Canal do Panamá reflete gargalo global

Havia 101 navios esperando para fazer a viagem de 40 milhas através do Canal do Panamá na quarta-feira, seis a mais que a média até agora este ano, segundo dados compilados pela Bloomberg

Foto de divulgação da Guarda Costeira do Japão mostra navio de bandeira panamenha "Crimson Polaris" que encalhou perto do porto japonês de Hachinohe. (Guarda Costeira do Japão/Divulgação/Reuters)
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Bloomberg

Publicado em 19 de maio de 2022 às 13h17.

Os gargalos de transporte global que abalaram indústrias e consumidores na era da pandemia eram evidentes para os políticos, economistas e investidores reunidos para um fórum econômico latino-americano no Panamá na quarta-feira.

Havia 101 navios esperando para fazer a viagem de 40 milhas através do Canal do Panamá na quarta-feira, seis a mais que a média até agora este ano, segundo dados compilados pela Bloomberg.

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O canal teve quantidades recordes de carga passando por suas eclusas em seu ano fiscal mais recente, à medida que a flexibilização das restrições comerciais entre China e EUA abriram o mercado para grãos, carne suína e gás natural liquefeito.

Uma expansão de US$ 5,25 bilhões inaugurada em 2016 permite que navios maiores da Ásia cheguem mais facilmente à costa leste americana e evitem os congestionamentos persistentes nos portos da Califórnia.

As importações de produtos asiáticas para a costa oeste dos EUA caíram 3,4% no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, enquanto o número de mercadorias que entram na costa leste subiu 12,9%, de acordo com a plataforma de análise do mercado de frete Xeneta. Os embarques pela costa do Golfo do México subiram 31,1%.

Os efeitos em cascata dos lockdowns chineses estão começando a ser sentidos. Após os navios que se deslocam pelo canal aumentarem 18% em abril em relação ao mesmo mês do ano passado, este mês o canal observa um efeito retardado da política Covid Zero de Pequim, disse o chefe da Autoridade do Canal do Panamá, Ricaurte Vasquez, em entrevista durante o evento.

Mas assim que as fábricas na China aprenderem a conviver com a Covid, a situação deve se estabilizar, disse Vasquez. Desde que a retomada seja gradual, o transporte poderá se adaptar, com o mercado ainda “muito forte em termos de disponibilidade de navios”.

“Talvez o ritmo seja diferente e talvez a origem e o destino mudem um pouco, mas uma vez normalizado o lockdown, pode-se antecipar que os pedidos fluirão e os produtos sairão”, disse ele.

Por James Attwood, Augusta Saraiva e Sergio Chapa (Bloomberg)

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