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Fila de navios cresce com atraso da colheita de soja no Brasil

Chuvas e atrasos na semeadura têm atrasado a entrega de soja nos portos, que já têm as maiores filas de navios já vistas

Exportação de soja: chuvas e atrasos na semeadura têm atrasado a entrega da commodity nos portos, que já têm as maiores filas de navios já vistas (José Roberto Gomes/Reuters)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 18 de fevereiro de 2021 às 14h32.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2021 às 15h53.

Os atrasos na colheita da soja no Brasil causam uma das maiores filas de navios à espera de carregamento nos portos do país, o maior exportador mundial da oleaginosa.

O Brasil deve embarcar 3,2 milhões de toneladas neste mês, abaixo da previsão anterior de 6,5 milhões de toneladas, de acordo com a MD Commodities, com sede em Chicago. Chuvas persistentes durante o período de colheita, após atrasos na semeadura, têm atrasado a entrega de soja nos portos.

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Apenas 8% de uma programação total de embarques de 15,9 milhões de toneladas haviam sido embarcadas até 15 de fevereiro, segundo dados de line-up compilados pela MD. O restante dos navios ainda estava sendo carregado, à espera de carregamento ou previsto para atracar nos portos brasileiros.

Esse é “um dos maiores ‘line-ups’ já vistos”, disse por telefone Pedro Dejneka, sócio da MD Commodities. “Se a colheita não acelerar nos próximos dias, as exportações podem até ficar abaixo de 3 milhões de toneladas neste mês.”

Fraca colheita de soja no Brasil deixa os navios esperando (Bloomberg/Divulgação)

Na quarta-feira, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) disse que as os embarcadores podem não cumprir a programação de embarques, que prevê 7,6 milhões de toneladas somente em fevereiro. Para a Anec, as exportações podem ficar abaixo desse volume, chegando a até 6 milhões de toneladas neste mês. Com o elevado número de navios aguardando carregamento, exportadores podem enfrentar custos com demurrage, ou o pagamento de multa de sobre-estadia de navios.

O ritmo da colheita no Centro-Oeste pode acelerar na próxima semana com menos chuvas e períodos de abertura de sol, de acordo com a Somar Meteorologia.

Para o ano todo, a MD Commodities projeta as exportações brasileiras em 87 milhões de toneladas, com os embarques atingindo recordes mensais de março a junho. Até setembro, quando a nova safra dos EUA chegar ao mercado, o Brasil pode embarcar cerca de 83 milhões de toneladas, disse Dejneka.

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