Negócios

Fiat sonha em transformar Jeep em colosso das SUVs

A montadora projeta que as vendas anuais da Jeep subirão cerca de 30% no próximo ano, para 2 milhões de veículos

Concessionária da Chrysler Jeep na Flórida (©afp.com / Joe Raedle/AFP)

Concessionária da Chrysler Jeep na Flórida (©afp.com / Joe Raedle/AFP)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 27 de agosto de 2017 às 12h39.

Última atualização em 1 de setembro de 2017 às 15h32.

Enquanto fabricantes de veículos de todo o mundo cobiçam a Jeep por seu forte crescimento e lucros gordos, a Fiat Chrysler Automobiles vê potencial para muito mais e aposta que a marca robusta pode competir com gigantes globais como Toyota, Volkswagen e Ford.

A montadora ítalo-americana projeta que as vendas anuais da Jeep subirão cerca de 30 por cento no próximo ano, para 2 milhões de veículos, e prevê que a marca pode algum dia produzir 7 milhões de unidades por ano devido ao apetite maior por SUVs em todo o mundo, disse o CEO Sergio Marchionne a analistas. Se a projeção se concretizar, manterá o crescimento impressionante de uma marca off-road focada nos EUA que somava pouco mais de 300.000 unidades vendidas em 2009, quando a Fiat assumiu o controle da empresa como parte da aquisição da Chrysler.

Mesmo que Marchionne tenha muitos motivos para prever mais crescimento futuro para os SUVs, esse nível de expansão seria sem precedentes. A Jeep precisaria que pelo menos um modelo vendesse mais de 1 milhão de unidades por ano. Somente o Toyota Corolla, um compacto básico e acessível diferente de tudo o que a Jeep oferece, registrou média nesse patamar desde o início da década, segundo a IHS Markit.

Marchionne, 65, ajudou a gerar especulações sobre o futuro da Jeep ao afirmar que a Fiat Chrysler poderia separar mais divisões em empresas independentes como fez com a unidade de supercarros Ferrari, mas a marca Jeep é intocável, apesar do interesse da chinesa Great Wall Motor. A Jeep se transformou no ponto central dos planos da fabricante de automóveis para os veículos populares, e sem a marca a empresa dificilmente poderia atrair um necessário parceiro para suportar a disrupção iminente na indústria automotiva.

“Não vejo de que forma a FCA poderia vendê-la”, disse Maryann Keller, analista e consultora de longa data do setor, sobre a Jeep. “O que eles receberiam pela marca dificilmente compensaria o que perderiam.”

Os executivos da Fiat Chrysler estudam opções, por exemplo um plano para separar as divisões de alto padrão Maserati e Alfa Romeo e as operações de componentes de automóveis, segundo pessoas com conhecimento das discussões. A empresa pretende manter a Jeep para respaldar os negócios no mercado de automóveis populares, que também inclui as marcas Dodge e Ram, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as deliberações são privadas. Um porta-voz da Fiat Chrysler preferiu não comentar.

A Jeep, que foi avaliada pelo Morgan Stanley em 23 bilhões de euros (US$ 27 bilhões), já está sendo transformada em uma empresa global. A empresa iniciou a produção de SUVs na Índia neste ano após instalações de novas plantas na China, no Brasil e na Itália. Para Marchionne, os SUVs e crossovers poderiam passar a responder por um terço da indústria global, ou até 35 milhões de veículos por ano. Com o refinamento e o pedigree da Jeep, a empresa poderia capturar um quinto desse mercado, disse ele, em conferência de resultados em 27 de julho.

Acompanhe tudo sobre:FiatJeep

Mais de Negócios

10 mensagens de Natal para clientes; veja frases

Ele trabalhava 90 horas semanais para economizar e abrir um negócio – hoje tem fortuna de US$ 9,5 bi

Bezos economizou US$ 1 bilhão em impostos ao se mudar para a Flórida, diz revista

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025