Fiat Chrysler: de acordo com a empresa, a paralisação das atividades pode ocorrer daqui a duas semanas (Arnd Wiegmann/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 6 de fevereiro de 2020 às 16h54.
Última atualização em 6 de fevereiro de 2020 às 17h11.
A epidemia de coronavírus continua a prejudicar os negócios de empresas em setores tão díspares quanto automóveis, videogames e beleza. Uma das fábricas europeia da Fiat Chrysler pode ser obrigada a paralisar a produção devido a problemas no abastecimento de peças e componentes desde o começo da epidemia.
A medida é estudada pela diretoria, segundo disse o CEO da montadora ítalo-americana, Mike Manley. Seria a primeira vez que a doença afetaria a indústria automotiva na Europa. Segundo Manley, quatro fornecedores na China foram afetados pelo surto do vírus, e um deles está em situação crítica.
A produção da fábrica poderia parar em duas ou quatro semanas. Várias marcas, como Toyota e Volkswagen, já anunciaram a suspensão da produção em algumas de suas fábricas na China. E a coreana Hyundai anunciou esta semana a interrupção de sua produção na Coreia do Sul por falta de peças.
Enquanto isso, no setor de videogames, a Nintendo disse nesta quinta-feira que atrasos na produção e no envio de seu console Switch e seus periféricos para o mercado japonês devido ao surto do coronavírus são "inevitáveis".
O presidente-executivo da Nintendo, Shuntaro Furukawa, disse na semana passada que a produção na China do popular dispositivo estava sendo afetada pelo vírus.
A Nintendo começou a transferir parte de sua produção da China para o Vietnã em 2019, quando as cadeias de fornecimento foram atingidas pela guerra comercial entre China e Estados Unidos, mas não tem capacidade suficiente no país do sudeste asiático para compensar a interrupção causada pelo surto.
O fornecimento do acessório Ring Fit Adventure para o Switch, já difícil de encontrar em alguns países, também está sendo afetado, acrescentou a Nintendo.
Já a francesa L´Oréal afirmou que o vírus vai provocar uma desaceleração temporária no mercado de beleza na China — país cuja demanda em cosméticos de luxo ajudou a companhia a bater as expectativas de vendas no último trimestre de 2019, com aumento de 9,6%.
A L´Oréal, que é dona da Lancôme e da Kiehl, disse também acreditar que a demanda voltará ao normal uma vez que a epidemia esteja sob controle. Sua concorrente Estée Lauder afirmou também esperar um baque a curto prazo com o coronavírus.