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Farmacêuticas cortam preços em 51% para garantir acesso à China

Tratamentos de doenças pulmonares e diabetes, câncer e lúpus foram adicionados à cobertura estatal na China

Vacina da AstraZeneca: A lista também destaca tratamentos para a Covid-19, como os antivirais ribavirina e arbidol (Dado Ruvic/Reuters)

Vacina da AstraZeneca: A lista também destaca tratamentos para a Covid-19, como os antivirais ribavirina e arbidol (Dado Ruvic/Reuters)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 29 de dezembro de 2020 às 08h54.

Farmacêuticas como AstraZeneca, GlaxoSmithKline e BeiGene concordaram em reduzir os preços de alguns de seus medicamentos mais novos na China em uma média de 51% para que sejam cobertos pelo fundo de seguro nacional do país.

Um total de 119 novas terapias - como tratamentos de doenças pulmonares e diabetes, câncer e lúpus - foi adicionado para cobertura pela rede de segurança médica estatal após longas negociações, disse a Administração Nacional de Segurança Médica em comunicado publicado no site da agência na segunda-feira.

O corte de preço médio é 10 pontos percentuais menor do que no ano passado, um alívio para farmacêuticas nacionais e estrangeiras que tiveram os lucros corroídos pela pressão do governo de Pequim para reduzir custos com saúde. As empresas estão ansiosas para incluir seus tratamentos na lista, mesmo com grandes descontos, para obter acesso ao segundo maior mercado mundial para produtos farmacêuticos.

Pacientes na China precisarão pagar apenas uma pequena fração do custo desses medicamentos do próprio bolso, já que a maior parte da conta será financiada pelo fundo nacional de seguro médico da China de 2,44 trilhões de yuans (US$ 373 bilhões), que cobre mais de 95% dos 1,4 bilhão de habitantes do país. A lista de medicamentos cobertos pelo fundo é atualizada anualmente desde 2017, quando o governo de Pequim acelerou a campanha para trazer novos medicamentos para a crescente classe média o mais rápido possível e com o menor custo.

Os medicamentos que entraram na lista mais recente incluem o Zoladex, uma terapia contra o câncer da AstraZeneca. O Brukinsa, o primeiro medicamento contra o câncer da China a receber a aprovação da FDA dos Estados Unidos, desenvolvido pela BeiGene, de Pequim, também foi incluído.

A lista também destaca tratamentos para a Covid-19, como os antivirais ribavirina e arbidol, embora a China tenha controlado em grande parte os surtos de coronavírus após o foco em Wuhan que desencadeou a pandemia.

Para farmacêuticas estrangeiras, a competição na China trouxe sacrifícios significativos. Novos medicamentos são frequentemente trazidos ao mercado a preços mais baixos do que os vendidos no Ocidente, mas ainda enfrentam concorrência de um número crescente de empresas de biotecnologia chinesas que desenvolvem produtos semelhantes e que podem ser vendidos com menor custo.

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