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Facebook divulga balanço prejudicado por covid-19 e desejo de privacidade

Embora a base de usuários do Facebook esteja crescendo, as receitas com anúncios devem ter recuado devido à pandemia da covid-19

Facebook: o valor de mercado do grupo de redes sociais caiu 12,8% neste ano (Eric Thayer/Reuters)

Facebook: o valor de mercado do grupo de redes sociais caiu 12,8% neste ano (Eric Thayer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2020 às 06h01.

Última atualização em 29 de abril de 2020 às 06h38.

O grupo de redes sociais americano Facebook, liderado por Mark Zuckerger, divulga seus resultados relativos ao primeiro trimestre de 2020 após o fechamento da bolsa de valores nesta quarta-feira, 29, mas os investidores no mercado financeiro não andam muito empolgados com a empresa.

O valor de mercado do Facebook caiu 12,8% neste ano, para 534,6 bilhões de dólares – mais do que o dobro do principal índice de ações da bolsa de tecnologia Nasdaq. Embora esperem uma elevação de 14,4% nas receitas do grupo no primeiro trimestre de 2020 ante o mesmo período de 2019, para 17,25 bilhões de dólares, os analistas financeiros projetam uma queda de 9,5% nos lucros por ação para 1,71 dólar.

Embora a base de usuários do Facebook esteja crescendo – 9,3% na Ásia e 8,2% no restante do mundo, para 1,9 bilhão, de acordo com dados preliminares –, as receitas com anúncios devem ter recuado devido à pandemia da covid-19, que tem castigado companhias de todos os setores.

Além do novo coronavírus, o Facebook tem enfrentado outros obstáculos para expandir os ganhos. No começo deste ano, a Apple alterou o seu sistema operacional e o Google mudou a plataforma de buscas de maneiras que estão tornando mais difícil para o Facebook acompanhar e mapear as tendências de atividade dos usuários, o que limita as vendas de anúncio.

Ferramentas que aumentam a privacidade, como a que permite controlar o que o grupo sabe da navegação do usuário na internet fora do Facebook, fortalecem a confiança do cliente, mas também diminuem as possibilidades de ganhos com propaganda e pioram as perspectivas para o longo prazo. Os pesados investimentos feitos pelo grupo nesse tipo de funcionalidade e na remoção de contas e postagens falsas também devem ter contribuído para reduzir os lucros no período de janeiro a março deste ano.

Se o mercado financeiro olha para o balanço trimestral do Facebook com um certo desânimo, os números devem trazer informações bastante interessantes para entender as mudanças de comportamento das pessoas durante a crise global da covid-19. Com o distanciamento social praticado em muitos países, o uso de serviços como o canal de notícias, o Instagram e o Messenger vem crescendo. A dúvida é se o Facebook vai conseguir manter o interesse do usuário depois que o isolamento for relaxado nos próximos meses.

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