Negócios

Ex-presidente da Nissan diz que se sente traído por Carlos Ghosn

Ghosn acusou Saikawa e outros altos executivos da Nissan de conluio para afastá-lo por causa da fusão entre a montadora japonesa e a francesa Renault

Hiroto Saikawa, ex-presidente da Nissan: Saikawa rejeitou terminantemente as alegações feitas por Carlos Ghosn (Tomohiro Ohsumi/Getty Images)

Hiroto Saikawa, ex-presidente da Nissan: Saikawa rejeitou terminantemente as alegações feitas por Carlos Ghosn (Tomohiro Ohsumi/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 9 de janeiro de 2020 às 07h25.

São Paulo — O ex-presidente da Nissan Motor Hiroto Saikawa afirmou que se sente traído por Carlos Ghosn, após assistir à entrevista coletiva concedida nessa quarta-feira (8) em Beirute pelo ex-presidente do Conselho de Administração da montadora.

Ghosn acusou Saikawa e outros altos executivos da Nissan de conluio para afastá-lo por causa da fusão entre a montadora japonesa e a fabricante de automóveis francesa Renault.

Hiroto Saikawa conversou com repórteres na manhã de hoje (9). Ele rejeitou terminantemente as alegações feitas por Carlos Ghosn. Saikawa disse que a questão não está conectada de nenhuma maneira com os atos ilegais dos quais Ghosn é acusado.

Na entrevista de ontem, a primeira desde que fugiu do Japão para o Líbano, o ex-presidente do grupo Renault-Nissan acusou a empresa de "conluio" com a Procuradoria japonesa. Ele disse que é vítima de "perseguição política".

Ministra da Justiça

A ministra da Justiça do Japão, Masako Mori, reprovou as críticas feitas por Carlos Ghosn contra o sistema judiciário do país.

Ela conversou com repórteres após a entrevista em Beirute. Para Masako, o executivo deveria provar no tribunal sua inocência diante de crimes econômicos supostamente cometidos por ele.

A ministra afirmou que Carlos Ghosn apresentou uma visão equivocada sobre o sistema judiciário do país e seus métodos, visando a justificar a fuga, e que isso jamais poderá ser ignorado.

Ela lembrou que o Japão dispõe de um sistema para que detidos façam reclamações sobre as condições que enfrentam.

Mori disse ainda que, em casos criminais, acusados têm direito a um julgamento aberto em tribunais justos no Japão.

A ministra afirmou que sua pasta vai continuar fornecendo informações e respondendo a perguntas para que o sistema judiciário japonês possa ser corretamente compreendido pelo resto do mundo.

Masako Mori disse esperar que Carlos Ghosn receba um julgamento justo em um tribunal japonês.

Acompanhe tudo sobre:Carlos GhosnNissan

Mais de Negócios

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões

Haier e Hisense lideram boom de exportações chinesas de eletrodomésticos em 2024